Pressa de ir

A cada dia mais, ouço a canção silenciosa da ausência, tocando num acorde menor, a melodia do nada. cama vazia, espaços...distância.
Estranheza...chego a pensar: Quem é?

A cada noite um vago, por onde vagam perguntas:
-Onde, cadê e por que?

Chego a pensar:- "quem sou" ...Quem é essa mulher?

Sou quem procura amparo, onde não existem braços.
Sou quem espera da espera, um resultado...um fracasso!

O que não posso mais, é tentar decifrar incógnitas...quero respostas! E as quero já. Tenho pressa de seguir. E que se dane o "onde ir"...só quero mesmo é caminhar...ser....estar!

Que se dane o "lugar", quero mesmo é fazer parte de algo.
com um [sim], ou com um [não], quero ter o que levar...só não posso ir sem resposta. quero agora e quero já!

Esse teu "não sei" é o mesmo "talvez", que vou te dar.

Burro! A vida passa e você nada têm para me dar...me dá um sim, ou um não...mas por favor, me dê algo...tenho pressa de seguir! Preciso ir....e, já!

O que digo, não o que faço.

vejo no tempo, tempo.
Ouço no medo, medo.
Mas tenho do nada o tudo
Fonte do meu alimento!

Pedaços de mágoa, dor.
vestígios de lágrima, sabor.
Restos de infância, vida.
No "envelhecer", louvor!

A cada tropeço, degrau.
A cada recomeço, gana.
Todo desespero é banal...
Toda blasfêmea, é insana!

Acostuma-te á escuridão e poderás andar sem tropeços.
Tateie as paredes do "não"...Acenda a luz do recomeço.
Entregue-se ao desânimo e veja como o chão se abre...
Erga-se da impotência e veja o quanto te cabe!

Domine a não "querência"
E estabeleça as metas
O resto é pura consequência
da força que sempre nos resta!

Matemática ou...??

É na infelicidade do "nada" que encontramos um pedacinho de tudo á sorrir-nos, como que a dizer: Vês, como há algo?
É na imensidão das tormentas, que encontramos um abrigo seguro e sentimos um braço que nos puxa. Eis a mão que nos protege, como a dizer: Vês, como aqui não chove?

É na desesperança consistente que descobrimos a força para crer, quando uma voz interior nos sussurra: Veja, isso e aquilo pode ser possível.
É na parede do beco que encontramos a porta secreta da saída...Estava ali, mas não sabíamos onde, porque não apalpávamos.

É na dor do desamor que encontramos o novo á nos convidar, como a dizer: Veja, aquele amor não era único e lógo um começa, quando o outro acaba!

É na insuficiência de soluções que enxergamos o fim do problema e o (x) da questão á dizer: Viu...toda equeção têm produto. E todo produto têm solução.

Então, na matemática da vida, posso concluir:

Ao "negativo" a regra de sinais, menos com menos, mais!
O substantivo sou eu, num adjetivo confiante, meu verbo é "seguir."

Só a saudade desobedece regra quando o que era, "foi"...A esta, nem regra, nem sinais, apenas um verbo: Esta, sempre "fica"!

Mea culpa, mea máxima culpa!

Finca
Corta
Afunda
Fica
Estica...solidifica!

Rasa
Larga
Doce
Amarga...a dor é tida.

Cura
Ensina
Mortifica
Cala, grita...a dor que sangra...e é aflita!

Passa
Lenta
Tarda
Arrasta...mas por favor, não fica!

Fere, magoa,arde...é dor que dói.
Insiste, penetra, invade...e tudo de mim, destrói!

Cala, se esconde, finge um sorriso...
Desfarça as agudas pontadas...não têm juízo!

Julgo-a eu, [sua juíza].
Dou por fim uma senteça: "imprecisa"
Culpada! Dolosa...mas não "perpétua"!

Vai-te dor, ao chão da cela, cuja grade [dela] nada mais é, que meu ser dolorido.
Meu mundo chora, porque meu universo [particular] se esvai em dor.
-Vai-te, Ordeno!... agora. Antes que caia meu ser num pranto de perecer, porque já meu mundo, chora... E o faz desde te conhecer!

Tempo

Tempo de amar
Tempo de sofrer
Tempo para lembrar
Tempo para esquecer!

Tempo de desamar
Tempo de perecer
Tempo de conquistar
Tempo do "não vencer"

Tempo de amargura
Tempo de solidão
Tempo de conjucturas...
Tempo deconclusão!

Tempo de lutar
Tempo de se defender
Tempo, para passar...
Tempo pra resolver!

Tempo, que ao próprio tempo, consome.
Tempo... que faz de nós, passageiros.
Tempo, que não espera quem fica.
Tempo, que ás vezes chega primeiro!

Tenho
Tempo
Para
Esperar
O tempo
Certo....................O tempo de Deus...................que nunca é o "nosso"...............que só nos pertence na "passagem das horas idas"

Que é feito de espera...que é na vida, apenas...tempo!

Poço sem fundo

Penso estar num buraco, reclamo.
Eu e meu mundo, perdidos. Não me acho.
Por mais que me sinta no "fundo" do abismo...
Me dá vertígem, olhar para baixo!

O fundo do fundo, é profundo demais.
Despenco, mas não me rendo. Me canso, não me entrego.
Na cavidade das unhas,trago eu hoje,em paz...
Pedaços em sangue das paredes de ferro!

Me agarro nas bordas desse "poço" vazio
Que de cheio, [só tem ele], angústia e meu medo.
Ei de emergir desse lago vadio...
Feito um monstro ofendido que de "força" é refeito!


Me vingo "sorrindo" das dores choradas
E presenteio á quem amo com minhas gargalhadas!

Me vingo cantando, das melodias caladas...
Presenteio á quem amo, com poesias cantadas!

Me calo eu, mas minha vontade, ah...essa nunca há de ser muda!
Ei-la, gritando aqui em mim: Vida, vida..vida curta!
Curta a vida, ou ela te encurta.

Embolada com Vinícius

Ele me pediu pra esperar no portão...flor no cabelo e saia rodada.

As horas não passavam naquele dia, a noite insistia em tardar.
Ansiosa demais para por a mesa...nervosa demais para me conter a "detalhes"
Banho demorado, cremes e mais cremes. Não...essa langerie não. Penso na vermelha, cor de sangue e vinho tinto. Talvez a preta...destaca mais. Troco mil vezes as coisas de lugar e a roupa.Coloco uma música, nem sei quem está cantando.

Ele não veio. Murchou-se a flor nos cabelos. A saia rodada era detalhe...o resto sim, girava.
De-repente, a canção era triste...triste e completamente cortante. Adaga afiadíssima.
Acendi todas as luzes da casa...apaguei a do sonho, mas mantive ainda uma pequena chama, na vela da espera.
A canção seguia cortando, feito espada ninja..."Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver, a espera de viver ao lado seu por toda minha vida"...

Não toquei no jantar, mas dei conta do vinho. Comi a flor...de raiva!

"...Que mesmo em face do maior encanto, [dele] se encante mais meu pensamento"...
E esperei...esperei... "por toda minha vida", pois o momento pareceu-me durar assim.

Mulher sooooofre, né?

"Vinícius" Este sim, eu sei que vou amar por toda minha vida!

Erros

O que de não saber, ainda não fiz.
O que de não poder, não conquistei.
O que de merecer, eu recebi.
O que não não querer, abandonei.

O que de mim, e quanto; confundi ?

sabe meu ser o que pensei não saber...e fiz!
Sabe a muher, que em mim reside, o que pode... conquistei!
Marcar a ferro o que era meu, pois mereci!
Pensando "não querer", abandonei!
Um eu em mim, confuso, se esclarece.
Erro, acerto...e vou vivendo!

O que de mim e quanto, sobrevive?

Diálogo frio

O cerco se fechou.
As saídas estão trancadas.
Pulo o muro da insistência...
Ou morro aqui, sufocada!

Os cadeados são de aço
Do mais forte "metal", são feitos
As chaves estão comigo...
As trancas estão por dentro!

Quando conseguir enxergar
Em que lugar em mim, estão
As portas vão escancarar...
Não terei sofrido em vão!

A sombra

Quando pairou sobre mim a sombra, pensava eu que era de dúvida.
Pois "dúvida" trouxe-me a sombra, deixando as imagens ocultas.

Houve neblina, houve chuva. A certeza escureceu...Mas ela estava lá, o tempo todo, pendurada no meu peito, feito um medalhão da sorte. Sorte da qual desconfio...sorte na qual, "Não confio", apenas, acredito vagamente nela.

Porém a neblina se foi. E toda chuva, sempre passa. O céu clareou com a certeza. O medalhão brilhou forte.

De que sorte falo eu? - Não sei todavia...me convença!

É ou não é?

Das fases ruíns da vida, a pior delas é sempre a mais recente.
A dor que mais doeu, foi a que doeu por último.
A maior desilusão, foi a que acabou de acabar.
A pior tristeza, é sempre a que sentimos no momento.
O maior desengano, foi aquele...que ainda é.

Estamos acostumados a valorizar mais o pior.

O amor verdadeiro, ainda não veio.
A maior alegria, ainda vai chegar.
A sorte nunca me visitou.
O sorriso ainda está por vir.

Era exatamente isso o que eu queria! (nunca vamos dizer: Estou satisfeita)!

Porque o nunca é o instante de agora, que perdura e vira infinito.

Inedequada inequação

Meu "quociente" é um (x) elevado a nada, onde a questão, é a equação do "eu".

Pô mãe!

Apanho da vida, ( mãe) rigorosa que me castiga, como se fosse eu, o "bicho" indomável e mal criado.
Levo troco de tapas que não dei.
Ouço respostas sobre coisas que não questionei.
Acusam- me de haver dito o que não falei.
Assombram-me, de túmulos que jamais violei.

Arrancam-me as vestes da dignidade, já tão surrada e gasta de "insistir" em ser.
Envergonha-me para que eu me lamente.

Todas as dores me acompanham.
Toda vergonha me espia.
Toda lágrima me banha
Com unção de mágoa fria!

A dor, é para que eu saiba chorar?
O choro, é para que eu aprenda a sofrer?
Me dá de "medo", para que eu tenha coragem?
Derrotas, para que eu aprenda a vencer?

Vida...desnaturada mãe.

Me joga ao escuro, para que eu seja luz?
Me larga no mundo, para que eu ache chão?
Me bate, me sangra...É assim que conduz?
Se tudo é ruím, como sei o "bom"?

De castigo, de costas pro mundo.
No abandono, sem dono...Sou cão!
Ladro, ladro...e, o que é que eu mordo?
O medo, o cansaço...a desolação!

Mãe...desnaturada vida!
Vida...despercebida "louca"
Mãe...castiga. A vida, calcifica.
Vida...sem ser doída, é oca!

Por consequência

Me contorço
me esforço
Me surpreendo...
"Ainda estou viva"!

Faço guerra
fujo dela...
Bato nela...
Me abstenho!

Insisto
Canso...
Desanimo...
Avanço!
Recomeço, paro
Tropeço, caio...
Levanto, sou forte...
Enfraqueço!
Não fujo, jogo sujo...
Encaro, escarro...
Cuspo...
Fortaleço!

Insisto, persisto, desisto...
De novo, filme antigo...
Conhecido!

Oculto, disparo...frieza!
Provoco, brigo...
Saio ilesa!

Dos "pormenores da vida" sou eu a parte cabida!
Desemcabida, só... perdida!
Teimosa por opção?
Não. Por consequência!

Continuação

Maguila, Ranca bife e Ana encontraram dois mortos. O piloto e uma funcionária de bordo. Faltavam os dois "pessoas". Já estava quase escurecendo. Eles estavam feridos e cansados.
-Vamo voltá Maguila...já vai escurecer.
-Concordo. Disse Ana. Vamos levar água e procurar um lugar seguro para passar a noite.
É bão memo...já tô é com fome.
-Esse aí só pensa em comê...num sei como é que ele consegue.
As duas riem e o pugilista volta resmungando.

Eles fazem uma fogueira e ficam em volta. Ana coloca talas nas pernas fraturadas. Maguila trouxe o que pode dos destroços do avião e comia alguns biscoitos.

Uma semana depois....

Com tudo o que conseguiram, improvisaram vasilhames para a água, alguns utencílios e dormiam numa parte do avião. Era a parte da frente...pequeno, mas todos se acomodavam ali a noite e ficavam protegidos da chuva e de algum animal que por ventura pudesse aparecer. Havia já alguma intimidade entre eles. Ana, virou Aninha. Maguila, virou Mago, Alcineide, a Ranca bife, agora era chamada de alcinha. Só o "pessoa" Continuou pessoa mesmo.
Logo, os fraturados já podiam andar pela ilha. Uma tarde, chega alcinha com algo, correndo e gritando:
_Gente...olha só o que eu achei!
Era o violão do rei, faltavam duas cordas, que logo foram improvisadas com tripa de lebre selvagem. tanto insistiram, que o rei resolveu cantar para eles:
"Nossa senhora me dê a mão..."
-Oxi...num dá pá cantar outra não? Nóis já tamo lascado e cê ainda quer dá a mão pra nossa senhora? Dá a sua...eu tô fora! -Cê tá agourando nóis!
-Ha, ha,ha,ha! Ria a magestade, o rei, descontraidamente.
-Você é uma figura, mago...só você mesmo pra vir com essa!
-Eu posso ser figura e qualquer bagui que cê quisé, mas tô vivo...num vem me gorá não!
-Gente...alguém viu a Alcinha por aí? Ela está sumida desde cedo. Diz ninha, com ar de preocupada.
-É verdade, já reparei que ela tem desaparecido por horas, todos os dias. O queserá que aconteceu com ela?
-Vamos descobrir...você vem, Pessoa?
-Claro...vamos!

Quieta! Sussega, muié! Num dá pra fazê unha assim...cê num para quieta! -Aí...borrou tudo ó...minha acetona tá acabando...vê se não borra essa heim! Põe a mão aqui...aqui! Põe aqui e fica quieta!

Os três pararam atrás de uma árvore e ficaram quietos, observando Alcinha, falando com uma Gorila, como se fosse gente.
-Saco! Dá pra ficar quita, manuela? Assim num dá...eu vô embora, cê é muito teimosa! Num vô mais pintar sua unha.
Ouviu gargalhadas e se virou rapidamente. Os três riam sem parar.
-Manuela deu um salto e avançou em direção aos très, furiosa.
-Manu...volta aqui! Quieta, teimosa! Amigo...amigo...
Alcinha fez as apresentações.
-Pó passá a mão nela...ela é boazinha...morde não.
E logo, havia mais alguém em volta da fogueira, ouvindo música ao vivo e dormindo no espaço apertado do que sobrara do avião.
-ô bicha fedorenta! Reclamava o pugilista. Sai pra lá, manuela, senão vô dá porrada!
Por mais que eles a colocassem para fora, de nada adiantava...ela sempre entrava de novo.
Todos dormiam muito mal por causa de Manuela, mas ela não queria saber de seu bando e tinha um chamego especial com o pugilista. Trazia frutas e jogava em cima dele, sem muita delicadeza, mas era seu modo de agradá-lo. Isso, fazia com que todos rissem até chorar. E toda vez que Manuela fazia isso, o rei cantava:
"..Eu te amo...eu te amo...eu te amo..."
-Deixe de graça, caba gozadô! Cheio de piadinha, né?

Quase um mês depois, eles ainda estavam lá...só se ouvia falar naquele acidente. O mundo já acreditava que estavam todos mortos.
O rei flava e gesticulava, andando de lá pra cá...
-Eitcha...agora foi que ele pirou de veiz, coitchado!
-Com quem ele está falando? Pergunta Aninha.
-Cas pranta...num sabe que esse maluco conversa cas prantinha? Trem doidio.
- E será que elas fala com ele também? Pergunta Alcinha, esperando resposta que lhe compense.
-vai sabê... retruca Maguila, rodando o dedo indicador em volta da orelha, insinuando que o rei é louco.
-Vô chamar ele pro rango, antes que ele coma as pranta, aí num vai ter com quem conversá.

- E aí, magestade? Desculpa interrompê a cunversa dos ceis aí, mas tá na hora do rango...vamo?

-Alá..olha! Tá ouvindo? Um avião...corre, vamo lá!

Era um amontoado de reporteres, imprensa pra tudo que era lado...e Alcinha só chorava.

Durante o resgate, uma gorila de unhas vermelhas corria lá embaixo, tentando agarrar a sombra do helicóptero e urrando...Alcinha chorava. Pessoa a abraçou carinhosamente.
-Vamos...aqui é o lugar dela!

-Num vô...para esse troço que eu quero descer!

Agora, quem quiser fazer unhas com a "Ranca- bife" tem que pegar um helicóptero e ir até a ilha. Não é pra qualquer um não...mas freguês é o que não falta. Aliás, aquela "Francezinha" da Uitinei Riuston , foi ela quem fez. Quando não tem clientes, ela faz as de Manuela, cantando:
"Endai aaiiii...uiu auieis lovi iu...uuuuuu! iuuuuuuuuuu!!!!

A ilha

O avião Asa de Prata, um jato particular de uma grande gravadora do país, seguia em vôo tranquilo, rumo a Miami. Alguns passageiros eram pessoas públicas. Nesse mesmo avião, seguiam "Maguila", Pugilista brasileiro...aquele que tomou uma piaba do Tison, lembram? O cantor mais romântico do país, conhecido mundialmente como "A voz de veludo do Brasil", Roberto Carlos, uma manicure, Alceneide, mais conhecida como: "Ranca bife" e outros (quatro passageiros) "não mídia", conhecidos como: Pessoas.
Ana, a aeromoça gostosona, passa com o carrinho servindo o Jantar.
-Com licença, senhor Maguila...
-Ah...pois não. Responde o pugilista... Fique a vontade.
-O que o senhor vai querer?
-Pó botá tudo que tivé...eu num tenho frescura não, dona. Eu como de tudo!
Delicadamente, a moça estende-lhe o jantar. Maguila pega tudo o que acha no carrinho e fica com o arsenal de comes e bebes no colo.
-Puxe a mesinha portátil. Informa a aeromoça.
Delicadamente, Maguila arranca a mesinha do suporte.
-Eitcha...mas que porcaria heim! Quebrô o negócio aqui, dona...e agora?
-Come assim memo, homi! Grita a Ranca bife.

-E o senhor...o que gostaria para o jantar? Pergunta a moça ao rei Roberto.
-Eu aceito uma salada e se tiver um peixe grelhado...
-Pois não...já iremos servi-lo...com licença!

-Ei, magestade! Ainda bem que tu é cantô, se tivesse que lutar ingual eu, tu tarra era lascado com esse pexinho e esse matinho no bucho.

O rei dá uma risadinha e vira-se na poltrona afim de dormir.
De- repente, algo diferente começa a acontecer. O avião dá um solavanco forte e começa a perder altura. Todos gritam!
-Atenção, senhores passageiros:-Por favor, mantenham a calma. Estamos com um pequeno problema e faremos uma aterrizagem forçada.
O rei começa a cantar:- "Jesus cristo..Jesus Cristo...Jesus Cristo eu estou aqui"...
Maguila rapidamente responde:
-Nóis tamém tá...num vem com essa merda de preferência não, que agora aqui num tem rei. E rei por rei, se ele é da musga, eu sô rei da pórrada.
Alceneide também se defende:- É...isso memo! E eu sou rainha dos bife...ninguém faz unha mió que eu, tanto que alinhais, tô indo fazê as unhas da Uitinei riuston...as gringa num sabe nem tirá uma cutica direito.

E, as "pessoas" não midias, também se defendem:
-Todos nós somos filhos de Deus, Senhor...acuda-nos! Salve-nos!

Novamente, os alto-falantes informam:
-Atenção, senhores passageiros do Asa de Prata....coloquem seus Paraquedas e boa sorte a todos...vamos cair. Oremos:
-Pai nosso que estais no céu...
É...tá no céu mas num vai caí, né? retruca Maguila, durante a oração.
-Pshhhh...mais respeito! Diz o rei. Pô, bicho...cala a boca e reza!
-Ah...o jatinho é da sua gravadora, mas nóis pagô a passagem também..e se cê quer saber de uma...ô cumidinha ruím da bixiga, nem farinha tinha!

Silêncio...nenhum um som..nenhum barulho..tudo quieto.

-Ai! Sai de cima de mim, seu gorila!
-Heim?- O que? - Oxi...que lugar é esse?
- E eu sei lá, que diabo de lugá é esse?- Olha...tem alguém caido ali...vamo lá vê?
-Eita bagaceira...óia só! O avião caiu aqui...será que alguém morreu?
Alceneide faz o sinal da cruz...Credo, Deus me livre! Nem fale uma coisa dessas...
Era um "pessoa". Dos quatro, sobraram dois...os outros dois, não se via por perto.
-Moço! Moço..ei, moooçoooo! Se o senhor tiver vivo, responde que sim com a cabeça. Dizia Maguila ao homem.
O homem abre os olhos e pergunta:
-Onde estou?
-E eu é que sei? Se eu soubesse onde nóis tá, eu já tarra era saindo daqui...sei não. Tamo em algum lugar.
-Tá tudo bem com o senhor?
-Sim, mas minha perna dói muito...deve ter quebrado!
-A gente vamos procurar os outros...o senhor pode ficar aqui até a gente voltar?
-Claro, filha...pode ir. Eu fico, não vou poder andar mesmo.
E os dois saem a procura dos outros.
Ana, a aeromoça, estava toda ensanguentada, caída mais adiante. Tinha muitos ferimentos, mas nada grave. Estava assustada e chorava muito. Maguila a carregou no colo e a deixou junto com o "pessoa" da perna quebrada.
-Nóis vai procurar os outros...fica aqui,tá?
-Não! Eu vou com voces.
E sairam os três a procura dos outros passageiros.
-Como é que tira essa merda daqui heim? Tô todo lascado e ainda tenho que andar com esse monte de pano e essas cordinha, engancha em tudo.
Ana ajudou a soltar o paraquedas dele, rapidamente.
-Brigado, moça!
-vejam...tem alguém ali...vamos!
-É o rei...será que tá morto?
-Ô, magestade! Tudo bem aí?
Ai, minha cabeça!
-Consegue ficar de pé? Pergunta Ana.
-Acho que sozinho não vou conseguir, minha perna dói demais...acho que quebrou.
-Xiiii!!! Resmunga Maguila...tem certeza? Qual perna cê quebrou, a que tava boa, ou a outra?
Ranca bife dá um cutucão nele. -Cala a boca, infeliz!
-Ué...por que? Não posso perguntar?
-Cala a boca, homi....fica quieto! Vamo ajudá o rei...vamo levar ele pra lá.
Maguila põe a magestade no ombro e o leva até o pessoa da perna quebrada.

-Onde estão os outros? Pergunta o rei ao homem.
-Eles estão procurando...você está bem?
-Graças a Deus. Estou ferido, mas estou bem...e você?
-Quebrei uma perna.
-Eu também.
O homem dá uma risadinha, depois aumenta o riso...dá uma gargalhada e diz:
-Muito boa a sua piada.
-Que piada? Olha aí, ó...quebrei mesmo, olha o osso saindo aqui, ó...viu?
Pessoa fica sem graça e se desculpa.
-Pensei que estivesse brincado...me desculpe.
Eu entendo...tudo bem.
Silêncio...depois de algum tempo, o rei comenta meio desanimado:
-Pelo menos, estamos vivos....logo alguém começa a procurar e nos encontra aqui.
-É verdade...tem que ter fé. Com certeza, logo começam as buscas e sairemos daqui, se Deus quiser.

(depois eu continuo) cansei!



Monólogo do "nada"

-O que você tem?
-Nada!
-Por que está triste?
-Por nada!
-O que foi que aconteceu?
-Nada, ué...
-O que posso fazer pra te ajudar?
-Nada!

-Credo!! Você só sabe dizer: "nada"?
-Não. Também sei dizer:
-Vá a merda!_ Não enche meu saco!- Me deixa em paz!
_ Que horror!- O que foi que eu fiz pra você, mulher de Deus?
-Nada!
Eu, criança sem infância.

Eu, criação da rua.

O ser humano que diz "não" de vez em quando, é tido como egoísta, mesquinho...É pessoa ruím mesmo.
Mas o (não), faz parte do vocabulário mundial... Existe para ser usado.
A gente não vê a hora do filho crescer e resolver seus próprios problemas. Eu não via a hora dela crescer e me dar um pequeno descanso, afinal, tinha tanta coisa pra correr atrás... Tantos "perdidos" pra recuperar na vida. Eu, que não via a hora dela crescer...Não vou ver a hora nunca. Ela não quer crescer, não quer encarar problemas e eu não aguento mais tomar a frente, sozinha.
Envelhecemos para que um filho cresça, é a lei da vida. Já envelheci... então por que ela não cresce?
Perdemos noites e noites de sono quando eles nascem, quando ficam doentes, quando são adolescentes... Agora, eu quero dormir. Tenho esse direito.- Ou não?
Abandonamos sonhos, projetos e perdemos muitas outras oportunidades. Pensava recuperá-los quando ela crescese e os adiei. Agora, ela não cresce... E os meus sonhos? E tudo o que tive que adiar?
O mundo sempre desmoronou nas minhas costas e eu aguentei o peso até conseguir sair de baixo. Se houvesse uma cooperação, por menor que fosse, não estaríamos assim, mas nunca houve... Jamais haverá, simplesmente porque ela não quer crescer. Ela não quer cooperar, não se importa com os problemas, afinal, não são problemas dela e sim meus... Sempre foram meus.
Então, vou ter que ir embora. Vou ter que deixá-la, para que ela sofra e cresça. Dizer o "não" definitivo para que ela finalmente cresça. Serei egoísta, mesquinha, ruím. Mas tem 23 anos que tento ensiná-la a crescer da melhor maneira... Ela não quer. Pois vou dizer sim para mim... Preciso disso. Não me importa mais se ela vai crescer ou não. mas uma coisa ela vai aprender na vida:- Vai ter que se defender e defender seu filho. E vai ter que ensinar a pior coisa do mundo a ele: Crescer.
- E como é que alguém que não cresceu, vai ensinar seu filho a crescer?
Não sei, respondo. - Não me interessa...fiz minha parte!
Agora, quero a parte que é minha por direito...Quero vida e quero crescer ainda, porque o pouco que cresci, o fiz sozinha, na rua, no mundo... Na merda! Não tive quem me ensinasse, não tive quem passasse a mão em minha cabeça e segurasse minhas broncas. Eu aprendi a defendê-la, só não fui capáz de ensiná-la a crescer, pois não tem como dar água a quem quer veneno. O (não crescimento dela), essa recusa em querer ser responsável, não tem nada a ver com "educação" e sim com ìndole. Esse "não querer crescer" dela, só pode ser genético. Experimente tentar fazer um anão crescer pelo menos até 1,60m de altura...sem chance! Assim é ela. Não cresece, não cresce e não cresce.
O ser humano, ingrato que é por natureza, tem dessas coisas. Ás vezes você faz mil favores para alguém, de repente, por alguma razão você diz não... E ele esquece os outros 999 que você já fez. Portanto, preparem-se, pois serei a mais egoísta das criaturas, a pior da espécie e ela, eternamente ingrata, e, quiçá, eternamente infantil, até perceber que tudo poderia ter sido diferente. Até perceber que poderia ter sido mulher, mãe...Adulta. Até dizer a sublime e infalível frase:- "Eu era feliz e não sabia" - Mas sabia sim, só não quis crescer e aproveitar isso.
Sempre fiz tudo sozinha e quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Na hora de contar com ela, continuei sozinha. Pois muito bem...Vou continuar sozinha, já que não posso mesmo contar com ela. Mas me dou por feliz e muito, desde que ela não conte mais comigo.
Lavei minhas mãos para todo o sempre. Pouco importa se ela crescer ou não. Pela primeira vez, será problema "dela" e não meu. Fui!

Primeiro um, depois, todos.

Tranquei a vida no peso das responsabilidades.
Tranquei o sonho, na falta de opção da "fuga"
Tranquei o melhor para mim, conquistando o melhor para os outros.
Tranquei meu mundo, empurrando a porta de mundos "alheios."
Fui ponte, para que outros atravesassem... Me quebrei com o peso.
Me arrebentei, para que outros, não fossem ao chão...ao chão, fui eu!
Envelheci...nem vi...perdendo tempo com o tempo dos outros.
Chorei escondido, para dar exemplo de força, enquanto riam tranquilamente.
Me humilhei, ou me deixei humilhar, para que os meus não fossem humilhados.
Abri mão de mim, dos meus planos e sonhos...Abandonei meus projetos...não tive tempo.
Tranquei meu universo de oportunidades e, por Deus...não sei onde está a chave!

Primeiro ela, depois ele e depois "eles"...e eu?
Ah... Tranquei a vida!

Des[arranjo]

O violão da minha vida está desafinado.
O rítmo está cruzado... Os acordes, semitonados...que canção é essa, pelo amor de Deus?
Que melodia dolorosa é essa, a que minha vida agora toca?

Maestro...acuda! Venha reger, pois estou perdida!




Quem paga?

Cabeça que não tem juízo, o corpo paga!

Corpo que não tem juízo, a matéria paga!

Matéria que não tem juízo, a alma paga!

Quem não tiver alma. tá fodido!!!!

Reage batman!


Ela corta a carne, rasga meu verbo...destrói meu "predicado"

A cada suspiro que dou, nenhum alívio me conforta.
Apunhala sem piedade, é ruím... Pura maldade!

Atravessa os sentidos todos, tem ótima memória: Não esquece nenhum. Avassala todos.
Invade peitos, arrebenta esperanças...dói, dói... e dói!

O sangue jorra em jatos pelas veias do "sentir"
Os olhos perdem o brilho "vivo" e ganham um fundo opaco.
- Tem como disfarçar?

Embebeda a gana e esta, cai...E não quer erguer-se mais.
Dispara balas de gelo bem no meio dos sorrisos... Que se abrem, feridos...quase mortos.
Intimida a distração... Não admite "esquecimento"...Se faz presente, a gente sente.
Parece não mais ter fim, essa dor.
Maldita es sobre meus planos, visita (non grata), dentro de mim. Dor, tormento inevitável.
Dor, desassossego, infortúnio.
Dor, que faz de mim um animal no abatedouro...Dilacera-me, maldita!- mata-me...faça jus a sua existência.
Aproveita tua estadia, permaneça longa e fria... Cala a minha alegria!
Aperte em mim, as amarras cruas de couro molhado...em carne viva me deixa. Afaga meu desespero...judia dessa criatura... Que importa a dor?
-Não sei mesmo sair da "metade" do poço em que me jogas...quero bater no fundo, feito um saco de lixo, pois é de lá, do fundo, do fundo, que sei emergir!

Não há de prolongar-se, esse teu romance comigo...escalo as paredes do poço com as unhas...subo, e...logo, está tudo acabado entre nós!
Emergir do lago fétido e ordinário... Atravessar o mar de bosta, é coisa em que tenho prática!
A vida me educou muito cedo, tu fostes minha "mestra"... Sabe que vou reagir e sabe como, e sabe quando. Não é, dona dor? - Paasei ha tempos no vestibular dos aflitos, não será agora, a hora em que me reprovas nem a vez em que acabas comigo.
Aproveite sua estadia!

Um conto salgado

Quando ela atravessou a rua em frente a loja de brinquedos, parou de súbito entre as duas vias. O trânsito estava como de costume naquela época do ano. O fluxo de carros e de pedestres era intenso. Olhou para a vitrine da loja, o mesmo "Papai Noel" do ano passado se balançava, enquanto tocava mecanicamente um saxofone. Lá dentro, o movimento era de tirar o ânimo de qualquer um. Filas imensas nos caixas e nos balcões de pacotes da loja. Crianças tirando brinquedos das prateleiras, os vendedores alucinados, de um lado a outro, mais preocupados com suas comissões das
vendas de fim de ano.
-Ei, sua maluca! -Sai daí!- Quer morrer?
Elen então percebeu onde estava...Os carros tiravam fina, pasando rente ao corpo dela...As buzinas insistiam. Correu para o meio fio e se prostou na calçada com as mãos nos joelhos, puxando com força o ar dos pulmões. Mudara de cor, estava pálida...os lábios pareciam pétalas transparentes. saiu andando sem escolher a direção. Ao longe, via- se os cabelos balançando no ar e a estampa do vestido, que parecia mudar de lugar no tecido, conforme caminhava. Lógo chegou á praça que ficava uma quadra depois de sua casa. Sentou-se desajeitadamente, encostou a cabeça na parte de cima do banco de cimento e fechou os olhos. Ficou ali parada, sem se mover. Pingos de chuva começaram a cair sobre seu rosto. As pessoas na praça, já corriam em busca de abrigo, mas ela não se moveu. continuou lá, inerte...imóvel e de olhos fechados.

Elen demorou seis anos para engravidar, já havia perdido as esperanças depois de tantos tratamentos, até que recebeu a notícia de que finalmente, seria mãe. Ficou radiante com a notícia e preparou tudo antecipadamente. Aos seis meses de gestação, já havia comprado todo o enxoval do bebê e preparara o quarto, tomando o cuidado com as cores, pois não queria saber o sexo da criança antes do nascimento. Deu a luz a uma garotinha linda, que logo se encheu de cachinhos e de sardas.
Evelin era inteligente. Aprendeu a falar rapidamente e era a rainha das perguntas, mas o que mais lhe encucava era "como é que faz chuva"? Perguntava isso a qualquer um que lhe desse conversa e cada versão que lhe davam, ela torcia o rosto, insatisfeita. Acabava aceitando, porque todas as versões se pareciam no geral.
Evelin dormia sozinha desde os dois anos, mas antes de dormir, sempre ia ao quarto de Elen e dizia:
- Eu já vou dormir, mamãe. E vou descobrir no meu sonho hoje, como se faz chuva...boa noite papai!- Boa noite, mamãe!- Amanhã eu venho contar como faz a chuva,tá?
E assim beijava os pais e ia dormir..e assim foi, durante alguns anos.
Evelin tinha coleção de guarda- chuvas. Quando completou quatro anos, Elen lhe deu um lindo guarda- chuvas com bonequinhas penduradas nos bicos, mas ela ainda queria mais um. O que estava na loja de brinquedos do bairro. Era cheio de bolinhas de natal e a bolinha do centro, na pontinha do guarda- chuva, acendia e ficava piscando...ela queria aquele. Fora seu único pedido de Natal.

-Vamos, mamãe! Eu quero chegar logo na loja.
-Será que tem mais?- Será que só tem aquele?- Será que já compraram? E se não tiver mais?
-Calma,Evi...calma! - Nós já estamos indo. E acho que a loja não iria querer vender só um, não é?
-Deixa de agonia, menina!
As duas sairam felizes em direção a loja.Ao chegarem em frente, do lado de oposto, pararam e esperaram o semáforo abrir. Evelin não tirava os olhos da loja, buscava já com os olhinhos apertados e aguçados, seu guarda- chuva de bolinhas, pois uma amostra ficava com uma "Mamãe Noel" do lado de dentro da vitrine...Evelin o avistou de longe.
- Olha, mamãe...É ele!- vamos, vamos...anda!
E Evelin soltou-se da mão de Elen...de repente, um grito e logo, uma batida seca no chão.
-Meu Deus! Gritou Elen, levando as mãos á cabeça.
Um carro de entregas do correio, cortou por fora , tentando ultrapasar o que já estava parando no semáforo e a acertou em cheio.
O sangue fizera um desenho estranho com os cabelos de Evelin no chão...o sol, refletia sobre seu corpo e as sombras a copiavam de um lado. Elen correu até ela e outras pessoas já rodeavam o corpo.
-Evi...fala comigo! - Pelo amor de Deus...fala comigo!
Evelin, num esforço sobrehumano, virou-se de lado e olhou para a mãe...escorria-lhe sangue pela boca, tinha uns espasmos...tentou falar algo. Elen não entendeu...tentou de novo...
-O...de...bo...bo...linha, mã...m
Foi-se. Mas Elen ainda não sabia. continuou lá...desfaleceu, acordou na sala de emergência do hospital...e soube que perdera sua menina.

-Moça!- Moça...ei! - Você está chorando?
Elen ergueu a cabeça, abriu os olhos e se deparou com um garotinho á sua frente.
-Você está toda molhada...por que não se escondeu da chuva? - Você ficou aí o tempo todo?- Pegou toda aquela chuva? - Você vai ficar doente. Minha mãe falou que se a gente tomar chuva, fica doente e tem que tomar injeção.
- Oi...eu estou bem. Não vou ficar doente não.Não mais do que já estou.
-Tá bom...se é assim...eu já vou.
Elen fê-lhe um afago nos cabelos, deu um sorriso triste e saiu.
Enquanto caminhava de volta, pensava:
"Sim...eu sei como se faz chuva." Tenho uma no meu rosto agora e tenho várias dentro de mim, porém, são algadas.
Secou com as costas das mãos as lágrimas e abriu o guarda- chuva. saiu com a luzinha acesa e já nem chovia mais. Ela não ia se desfazer do guarda- chuva, assim como não poderia evitar o primeiro natal sem Evi...

Viver é um enígma

Em algum lugar em mim, mora um coração.
Não saberia dizer por hora, onde exatamente, pois ele cede lugares. Ás vezes, dá lugar a razão, outras vezes, ao desafio. tem horas que bate quente... E ás vezes, bate vazio, se cala...e é frio.
Pulsar, sei que ele pulsa. Mas anda quieto, silêncioso. Hoje, ele é triste.
Eu estou exausta de tudo e de todos. Hoje, me canso de mim.

Eu sou assim: canso de ser forte...a vida é dolorida e não porque seja bela, mas porque muito me fere. Apanho dela, feito filha desobediente e ás vezes, sou.
Viver, é o maior enígma que conheço. Não sei decifrar, nem posso entender. Não tenho como escapar, Sou "anti suicídio"...me resta viver!

Em algum lugar em mim, teima em bater um coração.

O pessimista

Não se deve humilhar os mais fracos, melhor matá-los.
Não dê esmolas, é muito mais legal, "mendigar" o pão de cada dia. Que aliás, é um dia pior que o outro.
Se levo guarda- chuva, faz sol de rachar, ou chuva de vento...o objeto vira do avesso, eu taco num poste e sigo na chuva. Se não levo, volto de barco.
-Para quê vou bater naquela porta? Não vão abrir mesmo...
Tô numa maré horrorosa...ando de um jeito, que se eu abrir um cemitério, nunca mais morre um filho da puta. [Tudo isso, só pra me ferrar].
Eu não tenho sorte mesmo, já vi tudo...nasci foi pra tomar no fiofó e não adianta querer ser simpático e ajudar com a saliva...pode ver, se passou saliva, deve ter hepatite, tudo quanto é "ite", e vai saber o que mais...só pra me ferrar!- Se eu não morrer da "fincada", morro contaminada...ah, vai se lascá, ô!
Tudo dá errado e o povo só sabe dizer:- Calma, tem que ter esperança, tem que acreditar. Acreditar no quê, pelo amor de Deus?
Eu só acredito no que dá errado, sou fiel seguidor da zica. Não que (eu) queira, mas ela num larga do meu pé.
Fiquei dois dias no ponto, mó chuva, vento...frio de lascá, aí comecei a pensar e cheguei a uma conclusão:
Seja a dor que for: Tristeza, medo, desamor, dor de corno...tudo na vida passa, menos essa bosta desse ônibus... vou tomar um café, tô morrendo de frio. Viro as costas, e...adivinhem quem passou...ah, vai te lascá, ô!
E eu só não quero morrer, porque tenho CERTEZA:...Vão me enterrar viva!
Ah...te lascá, né ?

Se é por falta de tchau...

Eu, soberana dor.
Eu, reflexo da realidade.
Eu, que ganho a fama e não a glória...
Eu, que ponho fim aos meios, justificando os começos.

Eu, que te faço arder a alma.
Que te entristeço, sou palavra que fere...
Sou ferida que sangra.

Eu... te faço chorar, sofrer...demoro a parar de doer.
Sou a mais dura delas. Sou medo de uns, alívio de outros.

Uns me aceitam, outros me renegam.
Porém existo e me faço confirmar...sou fato, nunca, "boato".

A mais triste de todas... ninguém quer me ouvir... ninguém quer me pronunciar.

Meu nome é carregado...sou irmã da "despedida"
Sou o que foi consumado, o que se consuma...[a que não fica]...mas permanece [ADEUS]!

Sou ela, a dita cuja...que em lábios limpos, soam sujas.
Porém sou limpa e clara: Sou o adeus... que dói, mas sara!

Embora seja eu "difícil" fui feita pra ser usada.
Embora, pareça um desacato, mereço ser respeitada!

E se é por falta de "tchau", me diga...[Olha eu aí]!

Rosana Lazzar

Especialmente pra você, Gall.

Quando uma criança nasce
No céu, surge mais uma estrela...
Tem nome, sentimento, tem luz...
E Deus, a ilumina inteira!

Que será dessa tua "estadia"
Que missão nesta terra terá?
O que importa saber dos "desígnios"
Estrelas, sempre hão de brilhar!

Que bom saber que há entre nós
Quem se dedique sem igual
A cuidar com amor de "estrelas"
Estrelas com "síndrome de Dawn"

Você é mesmo especial
E trazes do amor, o melhor...
Sua poesia, é grande...
Mas sua missão, é maior!

A cada sorriso doado, a cada gesto estendido.
cada olhar, cada abraço...dando de ti, o melhor pedaço...Deus há de estender seu braço e atender seus pedidos. porque es especial, es mãe de todas elas... E cumpres tua missão com alegria...

Guarda meu respeito, minha admiração e minha alegria e satisfação de te saber tão "Humana"!

Rosana Lazzar 28 de setembro de 2008 ..
.

Tem dias em que sou assim.

Já tive dias atrapalhados na vida, ás vezes, estamos sujeitos á eles, como se algo no universo conspirasse de alguma forma, ou botasse a "perninha" maldosamente no meio do nosso caminho. Mas, como o de hoje, vai ser difícil . Esse, não dá para igualar tão cedo.

-Acordo sobressaltada com o relógiodo meu celular despertando.
- Poxa vida! Mas que merda...perdi a hora!
Consulto incrédula os números digitais: 7: 30h...xiiii...é hoje!
Levanto de um golpe só, desço as escadas correndo. O chuveiro do banheiro de cima, não funciona...vou ao banheiro do andar de baixo, que por um (sei lá o quê), fica do lado de fora. Eu poderia dizer que minha "lavanderia" tem banheiro. Abro o chuveiro, espero esquentar...tomo um "banho de gato", daqueles que nem dá pra chamar de (banho).
-Ai...esqueci o roupão lá em cima! - Puta que pariu!
Minha mãe tem o sono leve, mas não escuta direito. Minha filha? - Esquece...aquilo não dorme, "entra em coma". Não tem quem acorde aquela criatura...aquela, acorda depois do tisuname, olha o chão molhado, vira de volta e diz: - Vou dormir de novo...vai chover!
Morro de gritar. acordo os vizinhos...nada! Ninguém me acode...o jeito é sair daqui nua e subir. Olho em volta, apenas dois pombos no beiral do telhado como testemunhas...e, lá vou eu!
Estava muito frio, me deu dor de cabeça no ato. Piso escorregadio, pes molhados, escorrego entre a cozinha e a sala, mas não caio...me equilibro sobre uma cadeira, depois me apoio na mesa...quebro um copo. Um só...[grande coisa]...
Me visto com a primeira roupa que me aparece. Ah, que se dane...hoje eu vou assim mesmo.
Chego na plataforma do metrô, língua de fora, arfando...buscando qualquer vestígio de ar.Qualquer ar era bem- vindo, até "peido"...que se dane! Eu quero é respirar!
Metrô lotado, entupido! - Um "vuco- vuco" louco, aperto,bulinação...humilhação!- Vá lá...que seja!
Chego no centro, passo pela direita ou esquerda de qualquer um...ô povo lerdo! Ninguém anda!- ô inferno, eu tô atrasada! -[ vontade de gritar: -sai da frente, cambada de mortos]!!!!!! Vontade mesmo, como um grito de gol entalado. Mas, deixa....
Vou rapidamente ao bar de costume e peço o mesmo de sempre:
-Um cafezinho com leite aqui pra mim, por favor!
O sujeito me olha, me olha...
-caiu da cama hoje, foi? - nem fiz café ainda...é muito cedo. Acabei de abrir o bar.
Consulto o relógio:- Puta que pariu!
Olho o de celular: - Puta que la merda! - Eu podia estar acordando agora...

Fiquei quase duas horas perambulando pelo centro, até dar a hora de "realmente" ir para a empresa.
Ganhei um resfriado filho da puta, que apelidei de: "Pneumunia do relógio"
E, o que mais posso dizer?

PARABÉNS, EM BOM PORTUGUÊS!

Meu quirido "prefessô"
Hoje é o dia do "sabê"
É dia dos que me insinô...
Mas num sei se eu vô aprendê!

O ceis tudo é gente boa
E bem chei das catiguria
Mais nóis escoiemo o sinhô
Pá sacaniá nesse dia!

Tem matéria pá mais de metro
Pra tudo aqui, tem fregueis
Mas o que enrola memo a língua
É o tar de Purtugueis!

Então, se eu sesse ocê
Eu é que num se istressava
Quem queresse, que aprendia sozinho
Pois eu memo num insinava!

Mas, brincadeiras á parte...
Viemos te agradecer
Fazes com maestria, sua arte...
E nosso "espelho" é você!

Então, vô dizê do meu modo
Num bão "purtugueis" po sinhô...
depois dessa, cê só pode ir memo é pro céu...

FELIZ DIA DOS PREFESSÔ!

Idéia de loco!

Trombei um "nóia" na rua
O mesmo me olhou (descabido).
Me disse: Aeh, tia...tá marcano?
Eu disse: - Heim? O quê?- É comigo?

Cê tá cas idéia pertubada
Num anda assim, quesses lance...
De repente, se pá...nóis enquadra
Aí já era...sem chance!

Eu, a miude e sem jeito,
Arrisquei em querer perguntar:
Mas, do que é que está falando?
E ele me olhou a questionar...

Cê tá trombando ni mim
Num pode dá esse vacilo
Ni mim, só esbarra os "paradinha"
Aqui, só encosta "Bicho grilo"!

Tô ligado que cê é firmeza
Por isso, vou clareando
Tem que ficar ligada
No barato dos vetereno.

Falou, mano...pode crê
É nóis, num tem pá ninguém
Se malandragem é só isso
Eu sou malandra também!

Agora se liga você
E vê se fica esperto...
Eu posso falar errado
E você não sabe falar certo!

Se cê acha que tá podendo
E que eu vou guentá um tradutor...
Que mera ingenuidade, a sua...
Veterana, eu também sou!

Agora vasa! Desinfeta, pois polui meu ambiente.
Meto-lhe um "coloquial qualquer
na hora em que eu bem quiser
Pois entre nós, o diferente...
É que sou mais inteligente!

Rosana

Legítima defesa!

Ás vezes, o fidícil chega
Corrompe a coragem da gente
Deixa dúvidas e medos
Que nos fazem rato e serpente!

Se uma não se alimenta, morre.

O outro, morre se esperar.

Enquanto um "tenta", o outro consegue...

Um, deixa de ser, para o outro ficar.

Tem dias em que devo correr

Me defender como puder.

Em outros , mato... Pra viver

Persigo o "prato" que vier.

Por mais que pareça "rude"

Por mais que nos julguem "mesquinhos"

Tentamos não voltar vencidos

Pelos "ratos" ou "cobras" nos ninhos!

Credo... Que horror!

Eu preciso aprender a amar...não aprendi ainda.
Eu precisei aprender a ser só...isso, eu aprendi.

Eu preciso aprender sorrir, já que tive que aprender a chorar.

Eu preciso aprender a ser alegre, já que ás vezes, sou tão triste.
tenho que aprender a me entristecer, porque sou alegre demais.

Não dá pra me preocupar com tudo, sempre. Tenho que soltar algumas "amarras de preocupação", mas é que elas têm uns nós tão apertados...e quando deixo que se afrouxem, me sinto irresponsável ao extremo.

Então, preciso aprender algumas medidas e uns intervalos entre isso e aquilo.

mas o que mais me incomoda ( no momento), é ter que aprender a ser rica, já que a vida toda, fui obrigada a aprender o que é ser pobre.

Então, sou rica de risos, preocuações, choros e alegrias...sou normal!

Se sou normal, sou rica, uai!

Mentira

Mente, que te quero olhar
Mente, para se esconder
mente para se desculpar
Mente, para se engrandecer!

Mente, fidumaégua, mente.
Mente mais, que isso ainda é pouco.
Mente, seu ofício é esse...
Mente, que é coisa de louco!

Mente pra me segurar
Mente, pra eu não perceber
Que em seu "mundo" sobreviverá
Apenas o "brincar de viver"!

Mente, pra ver se me prende
Mas não prende o meu bem- querer
Me afasta com suas mentiras...
E mente, pra não me perder!

A mentira, ao " mentiroso" prende
Identifica uma certeza (falsa)
Como pensas poder me prender
Se viver de "mentira" é o que teu ser realça?

mente, fidumaégua... mente!

Rosana Lazzar


Contradições

As contradições dessa vida
Me deixam sem "eira, nem beira"
Eu falo sério demais
Ou então, digo besteira!

Se não como o que gosto, fico triste.
Mas se como, o faço a meu modo.
Não sei viver só de "alpiste"
Entre me frustar e ser triste...
Vivo feliz... logo, engordo!

Minha filha tem sono pesado
Não importa se o mundo Desmorona Grito, berro, me acabo.
Aquilo não dorme: "Entra em coma"!

Parece-me que foi ontem ainda
Que vi nascer essa menina
Nem bem cresceu, já tem filho.
E quem cria? A vovozinha!

Entre um e outro, é verdade
Que do berço, algo se herda.
Filho de rico, faz faculdade
Filho de pobre, só faz merda!

E entre mortos e feridos, pelo menos aqui...ninguém se salvou.
Mas também, ninguém morreu!

...E , tenho dito! Fazer o quê?

Rosana lazzar

Eu sou filha da...

Quando vejo a cadelinha brigar com ela mesma no espelho do Rack, penso:
- Pronto...endoidou!
Tento falar ao telefone, mas essa" filha da poodle" não deixa. Fica latindo, rosnando...dá a volta no móvel e jura que vai encontrar outra poodle igualzinha lá atrás do rack.
Aí, eu observo e digo:
- Ai Meg...como você é boba, né?- vai besta...morde o vidro!
No entanto, já me flagrei resmungando sozinha na rua, fazendo caras e bocas. E confesso envergonhada, que já rosnei para mim diante do espelho... E já briguei comigo...já me xinguei de imbecil... Já me achei gorda...mostrei a língua pra mim...depois, morri de rir!

Não sei das duas, quem é mais filha da poodle e doida!

[E ninguém aí se atreva a responder heim]!!! kkkkkkkkkkkkkk

NA HORA "H"

ME DÁ UM QUÊ DE TRISTEZA E DE VAZIO. UM POUCO DE DÓ.. .MAS CHEGA UMA HORA NA
VIDA, QUE NÃO DÁ MAIS PRA ESTICAR A CORDA, REMENDAR OS FUROS.
COMO OU , ATÉ QUANDO PODEMOS BRINCAR DE SER FELIZ, FINGINDO PARA NÃO MAGOAR?
TEM SEMPRE UM: "POR CAUSA DISSO", "POR CAUSA DAQUILO"... EXISTE SEMPRE UMA ESPERA, QUE NADA MAIS É, QUE "PROTELAÇÃO"... É A ESTICADA DE CORDA, ACOMODAÇÃO DA COISA, ENGOLINDO QUALQUER POSSIBILIDADE REAL DE FELICIDADE OU SIMPLESMENTE, DA TENTATIVA DE ABRIR NOVOS HORIZONTES.- E QUEM DISSE QUE O TEMPO PERDOA ? -E QUEM GARANTE "MAIS TARDE" QUE A SORTE VAI BATER DE NOVO ?
VAI SABER QUANTAS VEZES A FELICIDADE TENTOU MAS DEU DE CARA COM A PLAQUINHA DIZENDO: "VOLTE MAIS TARDE, ESTOU PROTELANDO"! -É VÁLIDO TENTAR POUPAR O OUTRO, MAS QUAL A VANTAGEM DE DEIXAR QUE O OUTRO PERMANEÇA FELIZ ENQUANTO MORREMOS DE ANGÚSTIA E DISSABOR ? -A VIDA TEM GOSTO: "O AMOR".
ESTE, TEM SABOR: "VIDA". E O TEMPO TEM NOME: PRESSA!
SE VOCÊ NÃO É FELIZ, NÃO PROTELE... LUTE POR VOCÊ, PORQUE NINGUÉM O FARÁ. SUA FELICIDADE É ALGO QUE SOMENTE TUAS MÃOS ALCANÇAM. SE PARTE DELA RESIDE EM OUTROS BRAÇOS, BUSQUE-OS. SE EM OUTRA CIDADE, MUDE-SE. SE EM OUTRA BOCA, BEIJE-A... E SE ESTIVER EM OUTRO CORPO, POSSUA! -SE EM OUTRO CORAÇÃO, CONQUISTE-O... SE NÃO FOR POSSÍVEL, AGUARDE!
A COVARDIA NOS LIMITA, O MEDO NOS RODEIA, MAS A CORAGEM NOS CONVIDA. ENTÃO ACEITE. NÃO PERMITA ALGUÉM "INFELIZ" A SEU LADO, NEM PERMANEÇA INFELIZ AO LADO DE ALGUÉM, POIS ASSIM, UM ATRAPALHA A EVOLUÇÃO DO OUTRO E ISTO, NÃO É FELICIDADE... A FALSA DEPENDÊNCIA DO OUTRO É PURA FIXAÇÃO DE POSTO CÕMODO... É MEDO!
ALGUÉM ME PERDEU POR ISSO. MATOU TUDO PROTELANDO, ME OBRIGANDO A UMA ESPERA, NASCIDA DE UMA PROMESSA QUE NÃO PODE SER CUMPRIDA POR PURA COVARDIA. O QUE É CERTO PRA VOCÊ, NEM SEMPRE É PARA O OUTRO. LIBERE A ESSÊNCIA... DE QUE ADIANTA TER PAR E VIVER "ÌMPAR"?-QUAL A GRAÇA, QUAL A VIRTUDE NISSO? -INFELIZMENTE, FOI PRECISO COMER MERDA PRA EU SABER O SABOR DO AÇUCAR. MAS APRENDI QUE AMOR É ANTES DE TUDO, SER LIVRE E ESTAR LIVRE PARA ESCOLHAS. E A VIDA É FEITA DELAS. EU ESCOLHI FICAR SÓ, PORQUE MINHA FELICIDADE NÃO ESTÁ EM OUTRO SER, MAS EM MIM MESMA. NOS MEUS IDEAIS, NOS MEUS CAMINHOS, NA MINHA LIBERDADE DE ESCOLHA. SE TIVER QUE AMAR, AMO. SE TIVER QUE SOFRER, SOFRO... MAS, PRISÓES AFETIVAS NÃO ME PRENDEM MAIS!

Aff!!- Chega cansei!

Pos! Rosana Lazzar..."gumitando as mágoas"

Em resposta a uma certa "etnia" ofendida por meu humor.

Quando adicionei aqui uma "Crônica"
Fui mal interpretada...
Nada mais que "passagem cômica"
Sem preconceito, sem nada!

Não desrespeito etnias
E possuo (educação)
Jamais me dirigi ao personagem
Com palavras de "baixo calão"

Em resposta (alguém) me manda
Um quilo de palavrão...
O pré- conceito foi meu
Ou de quem se ofendeu em vão?

Nunca ouviu piadas antes
De etnias variadas?
Aqui, com tudo se brinca...
Mas aqui, nem tudo é piada!

O Brasil tem braços largos
Abraça a quem vier e chegar
Não se ofenda em vão, estrangeiro.
És bem- vindo em nosso lar!

Se encontrou exagero
No modo do autor falar
Pense no tamanho da linguagem
Que escolheu pra comentar.

E o "Bacalhau" vem de onde?
Sabes por fim, me dizer?
Fizeste também piada
-Será quie foi sem querer?

...E tenho dito!

O peidão

Sei que as vezes ele escapa
depende do que se comeu
Têm gente que "solta" e disfarça...tem sincero que diz: - Fui eu!
Dia desses no "Buzão"
Exalava-se um estranho "parfam"
Aquele ali, acho que tinha comido...
Cachorro morto no café da manhã!

E foi um "Deus nos acuda"
Um desespero, sem fim...
-Alguém cagou! Disse um...
Gritei:- Não olha pra mim!

Lógo me chega um crente:
Bíblia na mão, olhar sofrido...
Ao sentir o tal perfume...
Pregou, quase que num gemido:

-Passageiros, mantanham a calma
Esse homem está possuído
Senhor...tem misericórdia daalma
Porque o corpo, já foi consumido!


Era um tal de: "Cruz, crédo"
Abre janelas,

Fila, fila...fila!

Gente... Não aguento mais pegar fila!
Tem fila pra tudo nessa vida:
Qualquer conta que queira pagar, além de fazer esse favor...esta "gentileza" de pagar as contas do mês, têm que encarar fila.
-Alguém aqui, já conseguiu recarregar bilhete único ou por créditos no celular, sem pegar fila?
- Já conseguiu passar sozinho pelas catracas do metrô?
O cara que inventou a fila, era um grandessíssimo "Fila"...daquela, que nem era santa.
Tem fila pra casar, fila pra separar...fila até pra ser enterrado.[Têm sempre um espertinho que morreu primeiro]. Aí, tem que esperar liberarem o surtudo que morreu antes, quem sabe até numa fila, a espera de atendimento, ou quem sabe até , esperando um orgão para transplante. Enquanto o seu parente ou conhecido, permanece (na espera) da vaga e despede-se de sua última fila " em vida".

Deus que me perdoe, mas se tiver fila para entrar no céu, quando eu morrer, quero ir pro inferno. E se lá também tiver fila, espero que o tal de "purgatório" não tenha, pois se tiver, reencarno.

Gente, será que têm fila pra reencarnar?

Não queira mudar o outro.


Aceita-se tudo e qualquer "condição" em nome de algo que, por alguma razão nos faz bem. No começo, os defeitos são ignorados...as qualidades são dígnas.
Não existe o meio termo:- Ou é, ou não é.
...E tudo parece tão claro, tão perfeito...tão exato, que não pensamos em sacrifícios. Acreditamos no que foi combinado e esquecemos que "páctos" não vingam quando mentiras começam a tomar os espaços muitas vezes, sem que tenha havido a necessidade real da mentira. Aliás, mentiras são totalmente desnecessárias, sempre.Ora, se conhecestes alguém assim e assado, e se o (a) aceitou como era, por que pensas que o outro tem a obrigação de mudar e agradá-lo?
-Por acaso não viu como era antes, Não gostou assim mesmo?-Então por que pode exigir que o outro mude agora?- Por que mente em nome do amor? Por que sempre esquecem os páctos, as juras...as promessas?
-Será o coração algum partido político? Candidato à quê?
O amor é um sentimento verdadeiro; nasce da verdade de cada um. Regá-lo com mentiras, pode segurá-lo por algum tempo, mas lógo caem as pétalas, perdem o perfume e a beleza...murcha, seca e morre!
Querer mudar o outro, é como moldar a água. Querer prender o outro com mentiras é tolice e derrota vergonhosa!
Rosana Lazzar

Solidão do meu quarto

Na solidão do meu quarto
Um discreto silêncio sussurra
A me berrar aos ouvidos
Coisas que a incerteza empurra!
Enquanto
Vem os "porquês" indiscretos
No meu centro, a perturbar
Querendo os convíctos,( concretos)...
Mas a ordem é silenciar!
Há dias em que durmo só
No outro, acordo sozinha.
Quando o pensamento é nó...
O resto, é laço e fitinha!
Do laço, desfaço o nozinho...
Da fita, adorno os cabelos.
Antes prender-me ao silêncio
Que soltar-me de um pesadelo!
Rosana

Mãos


Dispensa apresentações
Sua vida toda, lamenta.
Por dentro, coração, sentidos, pulmões...
Por fora, é só uma ferramenta!
Sol quente, frio chuva..
Não tem tempo, nem fronteira.
Não sabe do vinho, a uva...
Não soube da "eira" a "beira"!
Quem sabe, sobreviva
Esperança, talvez tenha...
Feito os calos em carne viva...
Que marcam suas mãos pequenas!
Enquanto sangra um "pão"
Come um "resto" qualquer, jogado.
Alguns não comem assim
Porque só gostam "assado"!
Rosana

Não sou máquina!


Pode ser que eu me arrependa de algum dia, não ter ido.
Se adormeci antes do nascer do sol, foi porque minha natureza humana exigiu.
Se demorei pra ver o mar, foi porque morava longe.
Se caminhei e deixei a arquitetura contemporânea, moderna, barroca e cinza de São Paulo passar por mim, foi porque a pressa não me deixou olhar em volta e admirar...
Se dormi tarde, demorei mais para sonhar...(não tinha sono), preferi pensar.
Amei o que tinha que amar, na hora em que o amor disse:- Heis-me!
Chorei, porque precisei chorar, quando a tristeza disse: Derrama-me!
Sorri...quando a alegria me deu motivo.
Briguei, porque achei que estava certa. E muitas vezes, eu estava.
Pedi desculpas a tudo e ao público, quando estive equivocada...e muitas vezes, nem estava.
Senti dor...gritei! -E, quanta dor já abafei?
E, quanto riso (doído) já distribui por aí, fingindo que era "seiva" a lágrima, engoli?
Quantas vezes saí, querendo ficar...
E quantas eu fiquei, querendo sair.
Tanto "sim" eu disse e era "não".
Não sei quantos nãos eu disse e eram "sim".
Quanto conselho ouvi e não escutei...entrou por aqui, saiu por ali.
Quebrei por isso, a cara, quantas vezes mereci.
Paguei preços altos demais, por coisas que nada valiam . Nem por isso, aprendi a comprar.
Erro mesmo! Me decepciono...um dia , aprendo.
Sou humana. Não sou máquina!
Rosana Lazzar

Rico...pobre!

Geladeira de rico tem:

Camarão, lagosta...queijo branco.
Vinho importado,iogurte...fatiados!
Sobremesas das mais variadas...
"regime"...eles não comem nada!

A do pobre tá sempre vazia.
Água, gelo...e os que não "azedam"..
A barriga é que é "alcalina"
Mas"pilhas", é pra ver se recarregam!

A do rico, ( o regime da filha)
Quém se atreve a alegrar a lombriga?
Enquanto o pobre comeria a "pilha"...
Para recarregar a barriga!

A carne do pobre é o ovo...
Que se dane o colesterol.
Se o pão tá véio, ou tá novo...
Nóis manda botar no "formol"!

O que importa é encher a pança
E dar de comê pros meninu...
Festa de rico, é minguança...
Jantar de pobre, é divino!

Rico em festa, nem come...
Só bebe e esbanja curtura.
Pobre em festa se assume.
Quando começa, ninguém segura!

Mas nois respeita os do "luxo"
E em casa de rico, vê co zói, lambe cá testa...
Mas antes de ir, nóis enche o bucho...
Senão nóis desmaia na festa!

Rosana Lazzar

Cor da mutação

Cor da "mutação" dizem que o roxo o é.
Por isso ando "lilás", no mais..da cabeça aos pés!

Mutante e medrosa, Sou de tudo.
Mudo, mas tenho medo...
Morro de medo, mas mudo.

Heis que mudanças, me chamam.
Percebo-as, porém tenho medo...
Heis que esses dias não passam...
Heis que os conto nos dedos!

Rosana

Tudo é bis!

O espelho
reflete
Figura...
Me vejo
Recuo
penúria!

Meu
Rosto
Não é
mais
o mesmo...
Ignoro
Sorrio
A esmo.

Quem és...
Quem sou...
Quem seria?

Não importa
Sou póstuma
Sem ser fria!
Casca
Sangue
Cicatriz...

Tudo passa...
Tudo inflama...
Tudo é bis!

Rosana Lazzar

Meu amor morreu magoado.

Meu sonho andava meio (sonolento)...o que era lindo, virou tormento.

A voz, já mais nada, dizia.
O toque, a mim, não tocava.
Uma carícia já não me conduzia.
O beijo já não me emocionava.

Fazer amor, nem queria.
Quando fazia, não gostava...
E era só porque ele insistia.
E isso, ao final, me matava!

Por que estava ali ainda
Se nada do amor se salvou?
Tem mágoa que vira ferida...
E esta, não cicatrizou!

Raiva passa, mas mágoa...

Então me vejo tão solta
tão leve de sentimentos
Não trago culpa nenhuma...
Nunca e em nenhum momento!

Mataram um amor tão bonito
Por egoismo e dura covardia...
Verás adiante quem sou
E a quem mataste, um dia!

Rosana

Tô com sono

Me viro na cama, dou voltas.
Puxo o lençól..cadê o sono?
Penso, planejo...relembro.
Dormir, é o que me proponho!

Mas algo em mim não descansa.
Tem uma poeira no ar...
Inquietude sem causa?
Tô precisando "nanar"!

Nem sei o que me atormenta
Coisas do dia- a- dia...
Cansaço: Ando meio lenta...
Mas era dormir, que eu queria!

Rosana...Ai, que sono! Mas não durmo...xiiiii!!

Janela de quê?

Olhos...janelas da alma?
Coração... janela de quê?
Inquietude desconhece calma
Coisas que a alma não vê!

Se os olhos são as janelas
Coração então, é a porta.
Por onde entram intrusos
Que nos deixam meio mortas.

E quem não nasceu pra essa "morte"
Não pode falar em "viver"
Desconhece a zica e a sorte...
sem ganhar... e sem perder!

Rosana...somente.

Mata minha sede


Você é lago, água clara...
O orvalho, no firmamento...
Sou quem mergulha até o fundo...
Para emergir do teu centro!

E submersa me vejo
Em teu íntimo, transparecer...
E roubo de leve, um beijo...
De quem mergulha em meu ser!

Teu lago, meu chão abraça
Tua fonte me faz crescer
Você é fundo, eu sou rasa...
Por isso, transbordo "você"!

Alaga meu mundo, alaga.
Me inunda e deixa correr.
Em águas mansas ou pesadas..
Só quero te absorver!


Rosana lazzar 23 deagosto de 2008









Só quero te absorver!
Saber, eu sei...é que ás vezes não entendo.

O que é o país das dores e porque o é.

"Brasil" - Como pode doer tanto?

Grades



Que grades me prendem no vício?
Em que "trompa" gerei você?
Por que não esqueço o ofício
De tentar e não poder te esquecer?
Que útero e que mãe era essa,
Que geraram em (mim) você?
Quando foi que a ti, dei a luz?
E, Como o fiz, sem perceber?
Assim que o vi, disse:-É meu!
Hoje, sempre, até morrer...
Se roguei praga, pegou.
Te amo e não entendo porque.
Tentei te matar (em feto)
Lutei, pra você não nascer.
Te abortar não foi possível...
Tentei não deixar crescer.
Mas contra este , quem briga...
Briga esperando perder.
Lutar contra o amor, é tormento.
Desconheço quem pôde vencer!
Há séculos não te vejo.
Me percebo equivocada.
Finjo que não te lembro,
Mas te esquecer que é bom...que nada!
A vida passa, passo eu.
O mundo envelhece e eu passo...
A grade com a qual me prendeu,
Foi feita de amor e de aço!
Rosna Lazzar ( tem amores que parecem sardas: Não quer sair, fica aí. Eu é que não arranco minha pele)


Quando você não está
Me parecem cinzas os dias.
O sol se nega a brilhar...
O riso me nega alegria.

As ondas não fazem barulho
Parecem querer descansar
Vejo a espuma nas pedras
Sozinhas, parecem bailar...
Isoladamente, dançam...
Um balé de arrepiar...
Porque não há vida na vida...
Quando você não está!
Sei lá, se é pretencioso
Querer em mim, te exaltar.
Meu mundo é silencioso...
Quando você não está.
Que falta faz tua presença
Que desalinho me dá...
Os dias se fazem cinzentos
Quando você não está.
Volta no mar, num rebento...
De ondas, de cores, vêm cá!
Sem você, meu [oxigênio]...
Vida, na vida não há!
Que onda abateu nosso mundo?
Pra onde levou meu amor?
Te busco em (cada) e em tudo...
Não passas no meu corredor.
Vêm, pois...que te espero eu ainda.
Vêm, que te quero encontrar.
Não deixe meu mundo tão "cinza"
Que é cinza, porque não estás!
Rosana

carro véio!

Lá pra mir novecentos e setenta
Apareceu um fuska em casa
O bicho era todo pomposo...
Só fartava batê asa...

Era uma lambeção em vorta daquele carro
Num andava nem na lama...tinha inté para- raio!
Meu irmão, cheio de frescura:- Cuidado cá pintura!
Num bota as mão suja no vrido...Num quero arranhadura!

Virô xodó lá de casa
Todo mundo queria andá...
Óia o ronco do bicho...nem precisa acelerá!

Mas o tempo foi passando
E o bichim foi decaindo
O ronco foi engrossando...
A potência foi sumindo!

Aquele carro e meu irmão
parecia inté pirraça...
Os dois é que era irmão...
Ficaram fiofó e carça!

De carrão, ele virou jegue...
Um armazém ambulante.
Ovo, fruta, verdura...
cera, cloro...amaciante!

Um dia empacou na rua
bem no meio da marginal...
Os otros passava e gritava:
-Isso é um carro, ou um animal?

Joga essa merda fora
Já deu o que tinha que dá...
Compra uma bicicreta nova
E sai do meio pra nóis passá!

meu irmão entristecido
Deu razão pra multidão:
-É, meu amigo sofrido...
Com você não dá mais não!

saltou e entrou numa agença
E escolheu novo modelo...
O fusca lá fora chorou,
Embaçando o vidro do espelho.

-Não me deixa-disse o coitado...
Não se desfaça de mim.
Se num sirvo mais como carro...
Me usa como xaxim!

Carreguei sua mãe, namorada e esposa...
Seus filhos, desde o hospital...
Te sustentei no desemprego...
Comigo cê foi...bem ou mal!

Diz meu irmão que escutou
O "fiofó" dele falar...
Com tantas que já vi nessa vida...
Eu que num vô duvidá!

Encrementaram o bichinho.
Não vende, num troca, nem dá.
Mei irmão já foi...já passou.
E o fuska inda tá lá!

(essa história não é verdadeira)...é só história.

Rosana Lazar..."Tava sem sono"