Não sou máquina!


Pode ser que eu me arrependa de algum dia, não ter ido.
Se adormeci antes do nascer do sol, foi porque minha natureza humana exigiu.
Se demorei pra ver o mar, foi porque morava longe.
Se caminhei e deixei a arquitetura contemporânea, moderna, barroca e cinza de São Paulo passar por mim, foi porque a pressa não me deixou olhar em volta e admirar...
Se dormi tarde, demorei mais para sonhar...(não tinha sono), preferi pensar.
Amei o que tinha que amar, na hora em que o amor disse:- Heis-me!
Chorei, porque precisei chorar, quando a tristeza disse: Derrama-me!
Sorri...quando a alegria me deu motivo.
Briguei, porque achei que estava certa. E muitas vezes, eu estava.
Pedi desculpas a tudo e ao público, quando estive equivocada...e muitas vezes, nem estava.
Senti dor...gritei! -E, quanta dor já abafei?
E, quanto riso (doído) já distribui por aí, fingindo que era "seiva" a lágrima, engoli?
Quantas vezes saí, querendo ficar...
E quantas eu fiquei, querendo sair.
Tanto "sim" eu disse e era "não".
Não sei quantos nãos eu disse e eram "sim".
Quanto conselho ouvi e não escutei...entrou por aqui, saiu por ali.
Quebrei por isso, a cara, quantas vezes mereci.
Paguei preços altos demais, por coisas que nada valiam . Nem por isso, aprendi a comprar.
Erro mesmo! Me decepciono...um dia , aprendo.
Sou humana. Não sou máquina!
Rosana Lazzar

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