De Moraes a Vinícius

...Uniu-se poesia e música, o verso cantou melodias, os acordes declamaram amor e dor. Mesclou a caneta com o piano, torturou de dor as frases, as camas... Os acordes menores como sussurros, surgiram doloridos, ultracontidos... Os maiores como gritos d´alma, os dissonantes como complemento dos sentidos. De todos os sentidos do poeta.

...E cantou os versos que fez na mais plena agonia do amante, traçando em métrica sua reta.

E declamou as melodias tidas, extraídas dos sentidos frágeis da parte mais feminina do poeta!

Porque quando o poeta grita sua dor, há dentro dele uma fêmea, cutucando-o com uma seta!
- No mais, e por tudo mais, Vínicius, que era Moraes, viveu e morreu poeta!

Quando da dor teve opção e jorrou seus vícios, deitou Moraes e acordou Vinícius. Quando do amor matou seus "ais", chorou vinícius e amou Moraes!

Preciso crer...

Quero crer no amor, ainda
Mesmo quando a dor não finda
Quando parece que acabou...

Quero crer que a inocência
Nunca há de morrer na ofensa
Em seu primeiro desamor!

Quero crer na água da chuva
Quando chora sobre a terra
E banha o caule da flor...

Preciso crer a miude
E peço que Deus me ajude...
NO verbo de amar o amor!

Música...

A música é o diafrágma da alma. Uma vez dela impregnada, sem ela, não se coabita!
Quando um pagante "chora", de alguma maneira que não percebemos, o instrumento seja mecânico ou humano [voz], verte em silêncio uma lágrima, que lá no fundo da alma, não passa despercebida!

Música é mais que dom, mais que talento e mais que som...É suspiro, oxigênio... è vida!.
É água, ar, é comida!

Quando feita só por ofício, vira vício e é vegetativa!

Fazer o quê?

De todos os meus "queros", houve um tempo em que o que eu mais queria, era (não te querer).
E de toda a minha impotência, a maior delas, foi justamente o (não poder)!

E não podendo deixar de querer-te, morro no "conformismo"- TE QUERENDO, Fazer o quê?

Só para os mortos, não.

Sempre tem um novo dia e podemos recomeçar.
Sempre tem o sol lá em cima, sempre tem a chuva pra refrescar.
Sempre tem saída, uma chance... Em alguma lugar!
Sempre tem porque e, com quem brigar.
Sempre tem um jeito, se nós estivermos vivos!
Basta ser ativo...
Ser ativo e participar!