Mea culpa, mea máxima culpa!

Finca
Corta
Afunda
Fica
Estica...solidifica!

Rasa
Larga
Doce
Amarga...a dor é tida.

Cura
Ensina
Mortifica
Cala, grita...a dor que sangra...e é aflita!

Passa
Lenta
Tarda
Arrasta...mas por favor, não fica!

Fere, magoa,arde...é dor que dói.
Insiste, penetra, invade...e tudo de mim, destrói!

Cala, se esconde, finge um sorriso...
Desfarça as agudas pontadas...não têm juízo!

Julgo-a eu, [sua juíza].
Dou por fim uma senteça: "imprecisa"
Culpada! Dolosa...mas não "perpétua"!

Vai-te dor, ao chão da cela, cuja grade [dela] nada mais é, que meu ser dolorido.
Meu mundo chora, porque meu universo [particular] se esvai em dor.
-Vai-te, Ordeno!... agora. Antes que caia meu ser num pranto de perecer, porque já meu mundo, chora... E o faz desde te conhecer!

Tempo

Tempo de amar
Tempo de sofrer
Tempo para lembrar
Tempo para esquecer!

Tempo de desamar
Tempo de perecer
Tempo de conquistar
Tempo do "não vencer"

Tempo de amargura
Tempo de solidão
Tempo de conjucturas...
Tempo deconclusão!

Tempo de lutar
Tempo de se defender
Tempo, para passar...
Tempo pra resolver!

Tempo, que ao próprio tempo, consome.
Tempo... que faz de nós, passageiros.
Tempo, que não espera quem fica.
Tempo, que ás vezes chega primeiro!

Tenho
Tempo
Para
Esperar
O tempo
Certo....................O tempo de Deus...................que nunca é o "nosso"...............que só nos pertence na "passagem das horas idas"

Que é feito de espera...que é na vida, apenas...tempo!

Poço sem fundo

Penso estar num buraco, reclamo.
Eu e meu mundo, perdidos. Não me acho.
Por mais que me sinta no "fundo" do abismo...
Me dá vertígem, olhar para baixo!

O fundo do fundo, é profundo demais.
Despenco, mas não me rendo. Me canso, não me entrego.
Na cavidade das unhas,trago eu hoje,em paz...
Pedaços em sangue das paredes de ferro!

Me agarro nas bordas desse "poço" vazio
Que de cheio, [só tem ele], angústia e meu medo.
Ei de emergir desse lago vadio...
Feito um monstro ofendido que de "força" é refeito!


Me vingo "sorrindo" das dores choradas
E presenteio á quem amo com minhas gargalhadas!

Me vingo cantando, das melodias caladas...
Presenteio á quem amo, com poesias cantadas!

Me calo eu, mas minha vontade, ah...essa nunca há de ser muda!
Ei-la, gritando aqui em mim: Vida, vida..vida curta!
Curta a vida, ou ela te encurta.

Embolada com Vinícius

Ele me pediu pra esperar no portão...flor no cabelo e saia rodada.

As horas não passavam naquele dia, a noite insistia em tardar.
Ansiosa demais para por a mesa...nervosa demais para me conter a "detalhes"
Banho demorado, cremes e mais cremes. Não...essa langerie não. Penso na vermelha, cor de sangue e vinho tinto. Talvez a preta...destaca mais. Troco mil vezes as coisas de lugar e a roupa.Coloco uma música, nem sei quem está cantando.

Ele não veio. Murchou-se a flor nos cabelos. A saia rodada era detalhe...o resto sim, girava.
De-repente, a canção era triste...triste e completamente cortante. Adaga afiadíssima.
Acendi todas as luzes da casa...apaguei a do sonho, mas mantive ainda uma pequena chama, na vela da espera.
A canção seguia cortando, feito espada ninja..."Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver, a espera de viver ao lado seu por toda minha vida"...

Não toquei no jantar, mas dei conta do vinho. Comi a flor...de raiva!

"...Que mesmo em face do maior encanto, [dele] se encante mais meu pensamento"...
E esperei...esperei... "por toda minha vida", pois o momento pareceu-me durar assim.

Mulher sooooofre, né?

"Vinícius" Este sim, eu sei que vou amar por toda minha vida!

Erros

O que de não saber, ainda não fiz.
O que de não poder, não conquistei.
O que de merecer, eu recebi.
O que não não querer, abandonei.

O que de mim, e quanto; confundi ?

sabe meu ser o que pensei não saber...e fiz!
Sabe a muher, que em mim reside, o que pode... conquistei!
Marcar a ferro o que era meu, pois mereci!
Pensando "não querer", abandonei!
Um eu em mim, confuso, se esclarece.
Erro, acerto...e vou vivendo!

O que de mim e quanto, sobrevive?

Diálogo frio

O cerco se fechou.
As saídas estão trancadas.
Pulo o muro da insistência...
Ou morro aqui, sufocada!

Os cadeados são de aço
Do mais forte "metal", são feitos
As chaves estão comigo...
As trancas estão por dentro!

Quando conseguir enxergar
Em que lugar em mim, estão
As portas vão escancarar...
Não terei sofrido em vão!

A sombra

Quando pairou sobre mim a sombra, pensava eu que era de dúvida.
Pois "dúvida" trouxe-me a sombra, deixando as imagens ocultas.

Houve neblina, houve chuva. A certeza escureceu...Mas ela estava lá, o tempo todo, pendurada no meu peito, feito um medalhão da sorte. Sorte da qual desconfio...sorte na qual, "Não confio", apenas, acredito vagamente nela.

Porém a neblina se foi. E toda chuva, sempre passa. O céu clareou com a certeza. O medalhão brilhou forte.

De que sorte falo eu? - Não sei todavia...me convença!

É ou não é?

Das fases ruíns da vida, a pior delas é sempre a mais recente.
A dor que mais doeu, foi a que doeu por último.
A maior desilusão, foi a que acabou de acabar.
A pior tristeza, é sempre a que sentimos no momento.
O maior desengano, foi aquele...que ainda é.

Estamos acostumados a valorizar mais o pior.

O amor verdadeiro, ainda não veio.
A maior alegria, ainda vai chegar.
A sorte nunca me visitou.
O sorriso ainda está por vir.

Era exatamente isso o que eu queria! (nunca vamos dizer: Estou satisfeita)!

Porque o nunca é o instante de agora, que perdura e vira infinito.

Inedequada inequação

Meu "quociente" é um (x) elevado a nada, onde a questão, é a equação do "eu".

Pô mãe!

Apanho da vida, ( mãe) rigorosa que me castiga, como se fosse eu, o "bicho" indomável e mal criado.
Levo troco de tapas que não dei.
Ouço respostas sobre coisas que não questionei.
Acusam- me de haver dito o que não falei.
Assombram-me, de túmulos que jamais violei.

Arrancam-me as vestes da dignidade, já tão surrada e gasta de "insistir" em ser.
Envergonha-me para que eu me lamente.

Todas as dores me acompanham.
Toda vergonha me espia.
Toda lágrima me banha
Com unção de mágoa fria!

A dor, é para que eu saiba chorar?
O choro, é para que eu aprenda a sofrer?
Me dá de "medo", para que eu tenha coragem?
Derrotas, para que eu aprenda a vencer?

Vida...desnaturada mãe.

Me joga ao escuro, para que eu seja luz?
Me larga no mundo, para que eu ache chão?
Me bate, me sangra...É assim que conduz?
Se tudo é ruím, como sei o "bom"?

De castigo, de costas pro mundo.
No abandono, sem dono...Sou cão!
Ladro, ladro...e, o que é que eu mordo?
O medo, o cansaço...a desolação!

Mãe...desnaturada vida!
Vida...despercebida "louca"
Mãe...castiga. A vida, calcifica.
Vida...sem ser doída, é oca!

Por consequência

Me contorço
me esforço
Me surpreendo...
"Ainda estou viva"!

Faço guerra
fujo dela...
Bato nela...
Me abstenho!

Insisto
Canso...
Desanimo...
Avanço!
Recomeço, paro
Tropeço, caio...
Levanto, sou forte...
Enfraqueço!
Não fujo, jogo sujo...
Encaro, escarro...
Cuspo...
Fortaleço!

Insisto, persisto, desisto...
De novo, filme antigo...
Conhecido!

Oculto, disparo...frieza!
Provoco, brigo...
Saio ilesa!

Dos "pormenores da vida" sou eu a parte cabida!
Desemcabida, só... perdida!
Teimosa por opção?
Não. Por consequência!

Continuação

Maguila, Ranca bife e Ana encontraram dois mortos. O piloto e uma funcionária de bordo. Faltavam os dois "pessoas". Já estava quase escurecendo. Eles estavam feridos e cansados.
-Vamo voltá Maguila...já vai escurecer.
-Concordo. Disse Ana. Vamos levar água e procurar um lugar seguro para passar a noite.
É bão memo...já tô é com fome.
-Esse aí só pensa em comê...num sei como é que ele consegue.
As duas riem e o pugilista volta resmungando.

Eles fazem uma fogueira e ficam em volta. Ana coloca talas nas pernas fraturadas. Maguila trouxe o que pode dos destroços do avião e comia alguns biscoitos.

Uma semana depois....

Com tudo o que conseguiram, improvisaram vasilhames para a água, alguns utencílios e dormiam numa parte do avião. Era a parte da frente...pequeno, mas todos se acomodavam ali a noite e ficavam protegidos da chuva e de algum animal que por ventura pudesse aparecer. Havia já alguma intimidade entre eles. Ana, virou Aninha. Maguila, virou Mago, Alcineide, a Ranca bife, agora era chamada de alcinha. Só o "pessoa" Continuou pessoa mesmo.
Logo, os fraturados já podiam andar pela ilha. Uma tarde, chega alcinha com algo, correndo e gritando:
_Gente...olha só o que eu achei!
Era o violão do rei, faltavam duas cordas, que logo foram improvisadas com tripa de lebre selvagem. tanto insistiram, que o rei resolveu cantar para eles:
"Nossa senhora me dê a mão..."
-Oxi...num dá pá cantar outra não? Nóis já tamo lascado e cê ainda quer dá a mão pra nossa senhora? Dá a sua...eu tô fora! -Cê tá agourando nóis!
-Ha, ha,ha,ha! Ria a magestade, o rei, descontraidamente.
-Você é uma figura, mago...só você mesmo pra vir com essa!
-Eu posso ser figura e qualquer bagui que cê quisé, mas tô vivo...num vem me gorá não!
-Gente...alguém viu a Alcinha por aí? Ela está sumida desde cedo. Diz ninha, com ar de preocupada.
-É verdade, já reparei que ela tem desaparecido por horas, todos os dias. O queserá que aconteceu com ela?
-Vamos descobrir...você vem, Pessoa?
-Claro...vamos!

Quieta! Sussega, muié! Num dá pra fazê unha assim...cê num para quieta! -Aí...borrou tudo ó...minha acetona tá acabando...vê se não borra essa heim! Põe a mão aqui...aqui! Põe aqui e fica quieta!

Os três pararam atrás de uma árvore e ficaram quietos, observando Alcinha, falando com uma Gorila, como se fosse gente.
-Saco! Dá pra ficar quita, manuela? Assim num dá...eu vô embora, cê é muito teimosa! Num vô mais pintar sua unha.
Ouviu gargalhadas e se virou rapidamente. Os três riam sem parar.
-Manuela deu um salto e avançou em direção aos très, furiosa.
-Manu...volta aqui! Quieta, teimosa! Amigo...amigo...
Alcinha fez as apresentações.
-Pó passá a mão nela...ela é boazinha...morde não.
E logo, havia mais alguém em volta da fogueira, ouvindo música ao vivo e dormindo no espaço apertado do que sobrara do avião.
-ô bicha fedorenta! Reclamava o pugilista. Sai pra lá, manuela, senão vô dá porrada!
Por mais que eles a colocassem para fora, de nada adiantava...ela sempre entrava de novo.
Todos dormiam muito mal por causa de Manuela, mas ela não queria saber de seu bando e tinha um chamego especial com o pugilista. Trazia frutas e jogava em cima dele, sem muita delicadeza, mas era seu modo de agradá-lo. Isso, fazia com que todos rissem até chorar. E toda vez que Manuela fazia isso, o rei cantava:
"..Eu te amo...eu te amo...eu te amo..."
-Deixe de graça, caba gozadô! Cheio de piadinha, né?

Quase um mês depois, eles ainda estavam lá...só se ouvia falar naquele acidente. O mundo já acreditava que estavam todos mortos.
O rei flava e gesticulava, andando de lá pra cá...
-Eitcha...agora foi que ele pirou de veiz, coitchado!
-Com quem ele está falando? Pergunta Aninha.
-Cas pranta...num sabe que esse maluco conversa cas prantinha? Trem doidio.
- E será que elas fala com ele também? Pergunta Alcinha, esperando resposta que lhe compense.
-vai sabê... retruca Maguila, rodando o dedo indicador em volta da orelha, insinuando que o rei é louco.
-Vô chamar ele pro rango, antes que ele coma as pranta, aí num vai ter com quem conversá.

- E aí, magestade? Desculpa interrompê a cunversa dos ceis aí, mas tá na hora do rango...vamo?

-Alá..olha! Tá ouvindo? Um avião...corre, vamo lá!

Era um amontoado de reporteres, imprensa pra tudo que era lado...e Alcinha só chorava.

Durante o resgate, uma gorila de unhas vermelhas corria lá embaixo, tentando agarrar a sombra do helicóptero e urrando...Alcinha chorava. Pessoa a abraçou carinhosamente.
-Vamos...aqui é o lugar dela!

-Num vô...para esse troço que eu quero descer!

Agora, quem quiser fazer unhas com a "Ranca- bife" tem que pegar um helicóptero e ir até a ilha. Não é pra qualquer um não...mas freguês é o que não falta. Aliás, aquela "Francezinha" da Uitinei Riuston , foi ela quem fez. Quando não tem clientes, ela faz as de Manuela, cantando:
"Endai aaiiii...uiu auieis lovi iu...uuuuuu! iuuuuuuuuuu!!!!

A ilha

O avião Asa de Prata, um jato particular de uma grande gravadora do país, seguia em vôo tranquilo, rumo a Miami. Alguns passageiros eram pessoas públicas. Nesse mesmo avião, seguiam "Maguila", Pugilista brasileiro...aquele que tomou uma piaba do Tison, lembram? O cantor mais romântico do país, conhecido mundialmente como "A voz de veludo do Brasil", Roberto Carlos, uma manicure, Alceneide, mais conhecida como: "Ranca bife" e outros (quatro passageiros) "não mídia", conhecidos como: Pessoas.
Ana, a aeromoça gostosona, passa com o carrinho servindo o Jantar.
-Com licença, senhor Maguila...
-Ah...pois não. Responde o pugilista... Fique a vontade.
-O que o senhor vai querer?
-Pó botá tudo que tivé...eu num tenho frescura não, dona. Eu como de tudo!
Delicadamente, a moça estende-lhe o jantar. Maguila pega tudo o que acha no carrinho e fica com o arsenal de comes e bebes no colo.
-Puxe a mesinha portátil. Informa a aeromoça.
Delicadamente, Maguila arranca a mesinha do suporte.
-Eitcha...mas que porcaria heim! Quebrô o negócio aqui, dona...e agora?
-Come assim memo, homi! Grita a Ranca bife.

-E o senhor...o que gostaria para o jantar? Pergunta a moça ao rei Roberto.
-Eu aceito uma salada e se tiver um peixe grelhado...
-Pois não...já iremos servi-lo...com licença!

-Ei, magestade! Ainda bem que tu é cantô, se tivesse que lutar ingual eu, tu tarra era lascado com esse pexinho e esse matinho no bucho.

O rei dá uma risadinha e vira-se na poltrona afim de dormir.
De- repente, algo diferente começa a acontecer. O avião dá um solavanco forte e começa a perder altura. Todos gritam!
-Atenção, senhores passageiros:-Por favor, mantenham a calma. Estamos com um pequeno problema e faremos uma aterrizagem forçada.
O rei começa a cantar:- "Jesus cristo..Jesus Cristo...Jesus Cristo eu estou aqui"...
Maguila rapidamente responde:
-Nóis tamém tá...num vem com essa merda de preferência não, que agora aqui num tem rei. E rei por rei, se ele é da musga, eu sô rei da pórrada.
Alceneide também se defende:- É...isso memo! E eu sou rainha dos bife...ninguém faz unha mió que eu, tanto que alinhais, tô indo fazê as unhas da Uitinei riuston...as gringa num sabe nem tirá uma cutica direito.

E, as "pessoas" não midias, também se defendem:
-Todos nós somos filhos de Deus, Senhor...acuda-nos! Salve-nos!

Novamente, os alto-falantes informam:
-Atenção, senhores passageiros do Asa de Prata....coloquem seus Paraquedas e boa sorte a todos...vamos cair. Oremos:
-Pai nosso que estais no céu...
É...tá no céu mas num vai caí, né? retruca Maguila, durante a oração.
-Pshhhh...mais respeito! Diz o rei. Pô, bicho...cala a boca e reza!
-Ah...o jatinho é da sua gravadora, mas nóis pagô a passagem também..e se cê quer saber de uma...ô cumidinha ruím da bixiga, nem farinha tinha!

Silêncio...nenhum um som..nenhum barulho..tudo quieto.

-Ai! Sai de cima de mim, seu gorila!
-Heim?- O que? - Oxi...que lugar é esse?
- E eu sei lá, que diabo de lugá é esse?- Olha...tem alguém caido ali...vamo lá vê?
-Eita bagaceira...óia só! O avião caiu aqui...será que alguém morreu?
Alceneide faz o sinal da cruz...Credo, Deus me livre! Nem fale uma coisa dessas...
Era um "pessoa". Dos quatro, sobraram dois...os outros dois, não se via por perto.
-Moço! Moço..ei, moooçoooo! Se o senhor tiver vivo, responde que sim com a cabeça. Dizia Maguila ao homem.
O homem abre os olhos e pergunta:
-Onde estou?
-E eu é que sei? Se eu soubesse onde nóis tá, eu já tarra era saindo daqui...sei não. Tamo em algum lugar.
-Tá tudo bem com o senhor?
-Sim, mas minha perna dói muito...deve ter quebrado!
-A gente vamos procurar os outros...o senhor pode ficar aqui até a gente voltar?
-Claro, filha...pode ir. Eu fico, não vou poder andar mesmo.
E os dois saem a procura dos outros.
Ana, a aeromoça, estava toda ensanguentada, caída mais adiante. Tinha muitos ferimentos, mas nada grave. Estava assustada e chorava muito. Maguila a carregou no colo e a deixou junto com o "pessoa" da perna quebrada.
-Nóis vai procurar os outros...fica aqui,tá?
-Não! Eu vou com voces.
E sairam os três a procura dos outros passageiros.
-Como é que tira essa merda daqui heim? Tô todo lascado e ainda tenho que andar com esse monte de pano e essas cordinha, engancha em tudo.
Ana ajudou a soltar o paraquedas dele, rapidamente.
-Brigado, moça!
-vejam...tem alguém ali...vamos!
-É o rei...será que tá morto?
-Ô, magestade! Tudo bem aí?
Ai, minha cabeça!
-Consegue ficar de pé? Pergunta Ana.
-Acho que sozinho não vou conseguir, minha perna dói demais...acho que quebrou.
-Xiiii!!! Resmunga Maguila...tem certeza? Qual perna cê quebrou, a que tava boa, ou a outra?
Ranca bife dá um cutucão nele. -Cala a boca, infeliz!
-Ué...por que? Não posso perguntar?
-Cala a boca, homi....fica quieto! Vamo ajudá o rei...vamo levar ele pra lá.
Maguila põe a magestade no ombro e o leva até o pessoa da perna quebrada.

-Onde estão os outros? Pergunta o rei ao homem.
-Eles estão procurando...você está bem?
-Graças a Deus. Estou ferido, mas estou bem...e você?
-Quebrei uma perna.
-Eu também.
O homem dá uma risadinha, depois aumenta o riso...dá uma gargalhada e diz:
-Muito boa a sua piada.
-Que piada? Olha aí, ó...quebrei mesmo, olha o osso saindo aqui, ó...viu?
Pessoa fica sem graça e se desculpa.
-Pensei que estivesse brincado...me desculpe.
Eu entendo...tudo bem.
Silêncio...depois de algum tempo, o rei comenta meio desanimado:
-Pelo menos, estamos vivos....logo alguém começa a procurar e nos encontra aqui.
-É verdade...tem que ter fé. Com certeza, logo começam as buscas e sairemos daqui, se Deus quiser.

(depois eu continuo) cansei!



Monólogo do "nada"

-O que você tem?
-Nada!
-Por que está triste?
-Por nada!
-O que foi que aconteceu?
-Nada, ué...
-O que posso fazer pra te ajudar?
-Nada!

-Credo!! Você só sabe dizer: "nada"?
-Não. Também sei dizer:
-Vá a merda!_ Não enche meu saco!- Me deixa em paz!
_ Que horror!- O que foi que eu fiz pra você, mulher de Deus?
-Nada!
Eu, criança sem infância.

Eu, criação da rua.

O ser humano que diz "não" de vez em quando, é tido como egoísta, mesquinho...É pessoa ruím mesmo.
Mas o (não), faz parte do vocabulário mundial... Existe para ser usado.
A gente não vê a hora do filho crescer e resolver seus próprios problemas. Eu não via a hora dela crescer e me dar um pequeno descanso, afinal, tinha tanta coisa pra correr atrás... Tantos "perdidos" pra recuperar na vida. Eu, que não via a hora dela crescer...Não vou ver a hora nunca. Ela não quer crescer, não quer encarar problemas e eu não aguento mais tomar a frente, sozinha.
Envelhecemos para que um filho cresça, é a lei da vida. Já envelheci... então por que ela não cresce?
Perdemos noites e noites de sono quando eles nascem, quando ficam doentes, quando são adolescentes... Agora, eu quero dormir. Tenho esse direito.- Ou não?
Abandonamos sonhos, projetos e perdemos muitas outras oportunidades. Pensava recuperá-los quando ela crescese e os adiei. Agora, ela não cresce... E os meus sonhos? E tudo o que tive que adiar?
O mundo sempre desmoronou nas minhas costas e eu aguentei o peso até conseguir sair de baixo. Se houvesse uma cooperação, por menor que fosse, não estaríamos assim, mas nunca houve... Jamais haverá, simplesmente porque ela não quer crescer. Ela não quer cooperar, não se importa com os problemas, afinal, não são problemas dela e sim meus... Sempre foram meus.
Então, vou ter que ir embora. Vou ter que deixá-la, para que ela sofra e cresça. Dizer o "não" definitivo para que ela finalmente cresça. Serei egoísta, mesquinha, ruím. Mas tem 23 anos que tento ensiná-la a crescer da melhor maneira... Ela não quer. Pois vou dizer sim para mim... Preciso disso. Não me importa mais se ela vai crescer ou não. mas uma coisa ela vai aprender na vida:- Vai ter que se defender e defender seu filho. E vai ter que ensinar a pior coisa do mundo a ele: Crescer.
- E como é que alguém que não cresceu, vai ensinar seu filho a crescer?
Não sei, respondo. - Não me interessa...fiz minha parte!
Agora, quero a parte que é minha por direito...Quero vida e quero crescer ainda, porque o pouco que cresci, o fiz sozinha, na rua, no mundo... Na merda! Não tive quem me ensinasse, não tive quem passasse a mão em minha cabeça e segurasse minhas broncas. Eu aprendi a defendê-la, só não fui capáz de ensiná-la a crescer, pois não tem como dar água a quem quer veneno. O (não crescimento dela), essa recusa em querer ser responsável, não tem nada a ver com "educação" e sim com ìndole. Esse "não querer crescer" dela, só pode ser genético. Experimente tentar fazer um anão crescer pelo menos até 1,60m de altura...sem chance! Assim é ela. Não cresece, não cresce e não cresce.
O ser humano, ingrato que é por natureza, tem dessas coisas. Ás vezes você faz mil favores para alguém, de repente, por alguma razão você diz não... E ele esquece os outros 999 que você já fez. Portanto, preparem-se, pois serei a mais egoísta das criaturas, a pior da espécie e ela, eternamente ingrata, e, quiçá, eternamente infantil, até perceber que tudo poderia ter sido diferente. Até perceber que poderia ter sido mulher, mãe...Adulta. Até dizer a sublime e infalível frase:- "Eu era feliz e não sabia" - Mas sabia sim, só não quis crescer e aproveitar isso.
Sempre fiz tudo sozinha e quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Na hora de contar com ela, continuei sozinha. Pois muito bem...Vou continuar sozinha, já que não posso mesmo contar com ela. Mas me dou por feliz e muito, desde que ela não conte mais comigo.
Lavei minhas mãos para todo o sempre. Pouco importa se ela crescer ou não. Pela primeira vez, será problema "dela" e não meu. Fui!

Primeiro um, depois, todos.

Tranquei a vida no peso das responsabilidades.
Tranquei o sonho, na falta de opção da "fuga"
Tranquei o melhor para mim, conquistando o melhor para os outros.
Tranquei meu mundo, empurrando a porta de mundos "alheios."
Fui ponte, para que outros atravesassem... Me quebrei com o peso.
Me arrebentei, para que outros, não fossem ao chão...ao chão, fui eu!
Envelheci...nem vi...perdendo tempo com o tempo dos outros.
Chorei escondido, para dar exemplo de força, enquanto riam tranquilamente.
Me humilhei, ou me deixei humilhar, para que os meus não fossem humilhados.
Abri mão de mim, dos meus planos e sonhos...Abandonei meus projetos...não tive tempo.
Tranquei meu universo de oportunidades e, por Deus...não sei onde está a chave!

Primeiro ela, depois ele e depois "eles"...e eu?
Ah... Tranquei a vida!

Des[arranjo]

O violão da minha vida está desafinado.
O rítmo está cruzado... Os acordes, semitonados...que canção é essa, pelo amor de Deus?
Que melodia dolorosa é essa, a que minha vida agora toca?

Maestro...acuda! Venha reger, pois estou perdida!




Quem paga?

Cabeça que não tem juízo, o corpo paga!

Corpo que não tem juízo, a matéria paga!

Matéria que não tem juízo, a alma paga!

Quem não tiver alma. tá fodido!!!!

Reage batman!


Ela corta a carne, rasga meu verbo...destrói meu "predicado"

A cada suspiro que dou, nenhum alívio me conforta.
Apunhala sem piedade, é ruím... Pura maldade!

Atravessa os sentidos todos, tem ótima memória: Não esquece nenhum. Avassala todos.
Invade peitos, arrebenta esperanças...dói, dói... e dói!

O sangue jorra em jatos pelas veias do "sentir"
Os olhos perdem o brilho "vivo" e ganham um fundo opaco.
- Tem como disfarçar?

Embebeda a gana e esta, cai...E não quer erguer-se mais.
Dispara balas de gelo bem no meio dos sorrisos... Que se abrem, feridos...quase mortos.
Intimida a distração... Não admite "esquecimento"...Se faz presente, a gente sente.
Parece não mais ter fim, essa dor.
Maldita es sobre meus planos, visita (non grata), dentro de mim. Dor, tormento inevitável.
Dor, desassossego, infortúnio.
Dor, que faz de mim um animal no abatedouro...Dilacera-me, maldita!- mata-me...faça jus a sua existência.
Aproveita tua estadia, permaneça longa e fria... Cala a minha alegria!
Aperte em mim, as amarras cruas de couro molhado...em carne viva me deixa. Afaga meu desespero...judia dessa criatura... Que importa a dor?
-Não sei mesmo sair da "metade" do poço em que me jogas...quero bater no fundo, feito um saco de lixo, pois é de lá, do fundo, do fundo, que sei emergir!

Não há de prolongar-se, esse teu romance comigo...escalo as paredes do poço com as unhas...subo, e...logo, está tudo acabado entre nós!
Emergir do lago fétido e ordinário... Atravessar o mar de bosta, é coisa em que tenho prática!
A vida me educou muito cedo, tu fostes minha "mestra"... Sabe que vou reagir e sabe como, e sabe quando. Não é, dona dor? - Paasei ha tempos no vestibular dos aflitos, não será agora, a hora em que me reprovas nem a vez em que acabas comigo.
Aproveite sua estadia!

Um conto salgado

Quando ela atravessou a rua em frente a loja de brinquedos, parou de súbito entre as duas vias. O trânsito estava como de costume naquela época do ano. O fluxo de carros e de pedestres era intenso. Olhou para a vitrine da loja, o mesmo "Papai Noel" do ano passado se balançava, enquanto tocava mecanicamente um saxofone. Lá dentro, o movimento era de tirar o ânimo de qualquer um. Filas imensas nos caixas e nos balcões de pacotes da loja. Crianças tirando brinquedos das prateleiras, os vendedores alucinados, de um lado a outro, mais preocupados com suas comissões das
vendas de fim de ano.
-Ei, sua maluca! -Sai daí!- Quer morrer?
Elen então percebeu onde estava...Os carros tiravam fina, pasando rente ao corpo dela...As buzinas insistiam. Correu para o meio fio e se prostou na calçada com as mãos nos joelhos, puxando com força o ar dos pulmões. Mudara de cor, estava pálida...os lábios pareciam pétalas transparentes. saiu andando sem escolher a direção. Ao longe, via- se os cabelos balançando no ar e a estampa do vestido, que parecia mudar de lugar no tecido, conforme caminhava. Lógo chegou á praça que ficava uma quadra depois de sua casa. Sentou-se desajeitadamente, encostou a cabeça na parte de cima do banco de cimento e fechou os olhos. Ficou ali parada, sem se mover. Pingos de chuva começaram a cair sobre seu rosto. As pessoas na praça, já corriam em busca de abrigo, mas ela não se moveu. continuou lá, inerte...imóvel e de olhos fechados.

Elen demorou seis anos para engravidar, já havia perdido as esperanças depois de tantos tratamentos, até que recebeu a notícia de que finalmente, seria mãe. Ficou radiante com a notícia e preparou tudo antecipadamente. Aos seis meses de gestação, já havia comprado todo o enxoval do bebê e preparara o quarto, tomando o cuidado com as cores, pois não queria saber o sexo da criança antes do nascimento. Deu a luz a uma garotinha linda, que logo se encheu de cachinhos e de sardas.
Evelin era inteligente. Aprendeu a falar rapidamente e era a rainha das perguntas, mas o que mais lhe encucava era "como é que faz chuva"? Perguntava isso a qualquer um que lhe desse conversa e cada versão que lhe davam, ela torcia o rosto, insatisfeita. Acabava aceitando, porque todas as versões se pareciam no geral.
Evelin dormia sozinha desde os dois anos, mas antes de dormir, sempre ia ao quarto de Elen e dizia:
- Eu já vou dormir, mamãe. E vou descobrir no meu sonho hoje, como se faz chuva...boa noite papai!- Boa noite, mamãe!- Amanhã eu venho contar como faz a chuva,tá?
E assim beijava os pais e ia dormir..e assim foi, durante alguns anos.
Evelin tinha coleção de guarda- chuvas. Quando completou quatro anos, Elen lhe deu um lindo guarda- chuvas com bonequinhas penduradas nos bicos, mas ela ainda queria mais um. O que estava na loja de brinquedos do bairro. Era cheio de bolinhas de natal e a bolinha do centro, na pontinha do guarda- chuva, acendia e ficava piscando...ela queria aquele. Fora seu único pedido de Natal.

-Vamos, mamãe! Eu quero chegar logo na loja.
-Será que tem mais?- Será que só tem aquele?- Será que já compraram? E se não tiver mais?
-Calma,Evi...calma! - Nós já estamos indo. E acho que a loja não iria querer vender só um, não é?
-Deixa de agonia, menina!
As duas sairam felizes em direção a loja.Ao chegarem em frente, do lado de oposto, pararam e esperaram o semáforo abrir. Evelin não tirava os olhos da loja, buscava já com os olhinhos apertados e aguçados, seu guarda- chuva de bolinhas, pois uma amostra ficava com uma "Mamãe Noel" do lado de dentro da vitrine...Evelin o avistou de longe.
- Olha, mamãe...É ele!- vamos, vamos...anda!
E Evelin soltou-se da mão de Elen...de repente, um grito e logo, uma batida seca no chão.
-Meu Deus! Gritou Elen, levando as mãos á cabeça.
Um carro de entregas do correio, cortou por fora , tentando ultrapasar o que já estava parando no semáforo e a acertou em cheio.
O sangue fizera um desenho estranho com os cabelos de Evelin no chão...o sol, refletia sobre seu corpo e as sombras a copiavam de um lado. Elen correu até ela e outras pessoas já rodeavam o corpo.
-Evi...fala comigo! - Pelo amor de Deus...fala comigo!
Evelin, num esforço sobrehumano, virou-se de lado e olhou para a mãe...escorria-lhe sangue pela boca, tinha uns espasmos...tentou falar algo. Elen não entendeu...tentou de novo...
-O...de...bo...bo...linha, mã...m
Foi-se. Mas Elen ainda não sabia. continuou lá...desfaleceu, acordou na sala de emergência do hospital...e soube que perdera sua menina.

-Moça!- Moça...ei! - Você está chorando?
Elen ergueu a cabeça, abriu os olhos e se deparou com um garotinho á sua frente.
-Você está toda molhada...por que não se escondeu da chuva? - Você ficou aí o tempo todo?- Pegou toda aquela chuva? - Você vai ficar doente. Minha mãe falou que se a gente tomar chuva, fica doente e tem que tomar injeção.
- Oi...eu estou bem. Não vou ficar doente não.Não mais do que já estou.
-Tá bom...se é assim...eu já vou.
Elen fê-lhe um afago nos cabelos, deu um sorriso triste e saiu.
Enquanto caminhava de volta, pensava:
"Sim...eu sei como se faz chuva." Tenho uma no meu rosto agora e tenho várias dentro de mim, porém, são algadas.
Secou com as costas das mãos as lágrimas e abriu o guarda- chuva. saiu com a luzinha acesa e já nem chovia mais. Ela não ia se desfazer do guarda- chuva, assim como não poderia evitar o primeiro natal sem Evi...

Viver é um enígma

Em algum lugar em mim, mora um coração.
Não saberia dizer por hora, onde exatamente, pois ele cede lugares. Ás vezes, dá lugar a razão, outras vezes, ao desafio. tem horas que bate quente... E ás vezes, bate vazio, se cala...e é frio.
Pulsar, sei que ele pulsa. Mas anda quieto, silêncioso. Hoje, ele é triste.
Eu estou exausta de tudo e de todos. Hoje, me canso de mim.

Eu sou assim: canso de ser forte...a vida é dolorida e não porque seja bela, mas porque muito me fere. Apanho dela, feito filha desobediente e ás vezes, sou.
Viver, é o maior enígma que conheço. Não sei decifrar, nem posso entender. Não tenho como escapar, Sou "anti suicídio"...me resta viver!

Em algum lugar em mim, teima em bater um coração.

O pessimista

Não se deve humilhar os mais fracos, melhor matá-los.
Não dê esmolas, é muito mais legal, "mendigar" o pão de cada dia. Que aliás, é um dia pior que o outro.
Se levo guarda- chuva, faz sol de rachar, ou chuva de vento...o objeto vira do avesso, eu taco num poste e sigo na chuva. Se não levo, volto de barco.
-Para quê vou bater naquela porta? Não vão abrir mesmo...
Tô numa maré horrorosa...ando de um jeito, que se eu abrir um cemitério, nunca mais morre um filho da puta. [Tudo isso, só pra me ferrar].
Eu não tenho sorte mesmo, já vi tudo...nasci foi pra tomar no fiofó e não adianta querer ser simpático e ajudar com a saliva...pode ver, se passou saliva, deve ter hepatite, tudo quanto é "ite", e vai saber o que mais...só pra me ferrar!- Se eu não morrer da "fincada", morro contaminada...ah, vai se lascá, ô!
Tudo dá errado e o povo só sabe dizer:- Calma, tem que ter esperança, tem que acreditar. Acreditar no quê, pelo amor de Deus?
Eu só acredito no que dá errado, sou fiel seguidor da zica. Não que (eu) queira, mas ela num larga do meu pé.
Fiquei dois dias no ponto, mó chuva, vento...frio de lascá, aí comecei a pensar e cheguei a uma conclusão:
Seja a dor que for: Tristeza, medo, desamor, dor de corno...tudo na vida passa, menos essa bosta desse ônibus... vou tomar um café, tô morrendo de frio. Viro as costas, e...adivinhem quem passou...ah, vai te lascá, ô!
E eu só não quero morrer, porque tenho CERTEZA:...Vão me enterrar viva!
Ah...te lascá, né ?

Se é por falta de tchau...

Eu, soberana dor.
Eu, reflexo da realidade.
Eu, que ganho a fama e não a glória...
Eu, que ponho fim aos meios, justificando os começos.

Eu, que te faço arder a alma.
Que te entristeço, sou palavra que fere...
Sou ferida que sangra.

Eu... te faço chorar, sofrer...demoro a parar de doer.
Sou a mais dura delas. Sou medo de uns, alívio de outros.

Uns me aceitam, outros me renegam.
Porém existo e me faço confirmar...sou fato, nunca, "boato".

A mais triste de todas... ninguém quer me ouvir... ninguém quer me pronunciar.

Meu nome é carregado...sou irmã da "despedida"
Sou o que foi consumado, o que se consuma...[a que não fica]...mas permanece [ADEUS]!

Sou ela, a dita cuja...que em lábios limpos, soam sujas.
Porém sou limpa e clara: Sou o adeus... que dói, mas sara!

Embora seja eu "difícil" fui feita pra ser usada.
Embora, pareça um desacato, mereço ser respeitada!

E se é por falta de "tchau", me diga...[Olha eu aí]!

Rosana Lazzar